Scott Bessent: o que esperar do novo Secretário do Tesouro dos EUA
Veterano do mercado deve somar conservadorismo a populismo de Trump; imigração, tarifas e corte de gastos já estão em pauta
25/11/2024Um dos cargos mais relevantes para nas decisões econômicas dos Estados Unidos foi definido por presidente republicano eleito Donald Trump. Scott Bessent foi o escolhido para ser Secretário do Tesouro do United States Department of the Treasury.
O cargo traz as responsabilidades de formular políticas econômicas que mantenham a estabilidade da maior economia do mundo e garantir que promessas econômicas de campanha sejam cumpridas, como sanções econômicas a países em guerra e cortes de impostos.
Para essa escolha, Trump seguiu a mesma lógica de seu primeiro mandato, com um secretário do Tesouro com experiência em Wall Street. À época, o republicano escolheu o ex-banqueiro do Goldman Sachs Steven Mnuchin.
A confirmação de Bessent para o Tesouro ainda passará pelo crivo do Senado dos EUA.
Quem é Scott Bessent?
O veterano do mercado tem 62 anos e, segundo Donald Trump, é “um dos homens mais brilhantes de Wall Street”. Durante a campanha, foi um dos principais arrecadadores de fundos e atuou como conselheiro econômico do candidato republicano, tanto em comícios e discursos quanto a portas fechadas. Será a estreia de Scott Bessent em um cargo governamental.
Atualmente, é gestor financeiro comanda o fundo de hedge Key Square Capital Management. Em seu histórico há bastante proximidade em colaborações com outros bilionários, como Stanley Druckenmiller e George Soros – na Soros Fund Management, ele ocupou a função de CIO e head do escritório de Londres. Além disso, lecionou história econômica na renomada Universidade de Yale.
O que o novo Secretário do Tesouro dos EUA deve defender?
A nomeação de Scott Bessent vem em um cenário com nomeações mais controversas, como Matt Gaetz para o Departamento de Justiça e Robert F Kennedy Jr. para a Secretaria de Saúde. Sua filosofia econômica deve ir em busca de unir conservadorismo tradicional de livre mercado ao populismo do presidente eleito.
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Durante a campanha, ecoou a ameaça do candidato republicano de aumentar tarifas e a arrecadação do Governo. Essa visão foi reforçada em participações recentes nas mídias americanas Financial Times e Bloomberg, com uma promessa de aumento de 20% nos impostos para todos os bens que cruzarem as fronteiras do EUA.
Também há alinhamento com o presidente eleito em termos de geração de energia e política fiscal. Nas entrevistas, Bessent estimou um corte no déficit orçamentário de 3% até o fim do mandato de Trump, em 2028, e projetou aumentar a produção de petróleo em 15%.
Outras bandeiras que devem ser defendidas pelo indicado ao Tesouro são o fortalecimento do dólar, controle da inflação para não subir preço aos consumidores e combate à imigração – que, segundo ele, geram crise de produtividade e atrasam o uso de tecnologias.
Perfil similar em cadeira para defender empresas americanas
Outro dos cotados para o cargo no Tesouro, Howard Lutnick, foi anunciado para comandar o Departamento de Comércio (United States Department of Commerce), órgão responsável por apoiar as empresas dos EUA. A cadeira será fundamental na implementação do plano de Trump de impor tarifas abrangentes aos parceiros comerciais.
Também doador da campanha do presidente eleito, Lutnick é CEO da empresa de investimentos Cantor Fitzgerald e já atua no novo governo como copresidente da equipe de transição. Bem como ocorre na secretaria do Tesouro, sua nomeação para o Comércio passará por aprovação do Senado americano.
(Com informações do Valor Econômico)