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Maior do mundo em vacinas atende o Brasil

Chega hoje ao país mais um lote de vacinas do Laboratório indiano Serum, que garante imunizantes para 65% das crianças do planeta

Fundado por criador de cavalos, empresa produz vacinas contra poliomielite, caxumba, sarampo, além da covid-19 | Foto: Reprodução/Instituto Serum

A maior fábrica de vacinas do mundo ganhou todos os holofotes nas últimas semanas, especialmente no Brasil.

O Instituto Serum, da Índia, é o responsável pelo fornecimento ao Brasil de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca. As vacinas devem chegar nesta sexta-feira, 22.

Antes da confirmação do envio por parte do governo indiano, na quinta-feira, 21, o laboratório foi protagonista de uma notícia que deixou o mundo preocupado.

As instalações da companhia, que ficam na cidade Pune, estado de Maharashtra, sofreram com um incêndio que deixou cinco mortos.

Rapidamente, o presidente do Instituto Serum, Adar Poonawalla informou via Twitter que o incidente não atrapalharia a produção de vacinas contra a covid-19.

No ano passado, o fundador da Microsof, Bill Gates, doou US$ 150 milhões ao Instituto Serum através da Fundação Bill & Melinda Gates para fornecer até 100 milhões de doses da vacina às nações mais pobres, com valores abaixo de US$ 3 por dose.

Além da vacina Oxford/AstraZeneca, o Instituto Serum também produz a Covaxin, desenvolvida pela Hyderabad’s Bharat Biotech em colaboração com o Conselho Médico Indiano de Pesquisa e o Instituto Nacional de Virologia do país.

De tamanho colossal, o Serum nasceu graças à antiga principal fonte de receita da família dona da empresa: a criação de cavalos.

Criação de cavalos deu origem à fábrica

Fundado em 1966 pelo bilionário Cyrus Poonawalla, o Instituto Serum é atualmente o maior produtor em número de vacinas do planeta.

A fundação da empresa visava inicialmente promover maior acesso de imunizantes ao povo indiano, uma vez que naquela época diversas vacinas eram importadas a um custo muito elevado.

O Instituto Serum foi criado também para diversificar os investimentos da família Poonawalla.

Bilthoven Biologicals, comprada em 2012 | Foto: Reprodução/Instituto Serum

A fonte primária de receitas vinha da criação de cavalos. E a ideia de um laboratório de vacinas veio justamente dos animais.

De acordo com o site pessoal de Cyrus Poonawalla, os cavalos aposentados de sua fazenda – fundada em 1946 – eram doados ao Instituto Haffkine de Mumbai, que fabricava vacinas a partir do sangue e, posteriormente, do soro extraído dos animais.

Poonawalla então decidiu abrir o laboratório, que mais tarde viria a ser o Instituto Serum, próximo à fazenda.

Na década de 1980, o magnata viu o Instituto Serum subir de patamar ao se tornar fornecedor de vacinas para agências da Organização das Nações Unidas. Em uma entrevista dada à TV18 CNBC, em 2014, ele mesmo define o fato como uma virada em seus negócios.

Em 1998, o Instituto Serum já vendia vacinas para mais de 100 países.

Alcance do Instituto Serum

A empresa da família Poonawalla passou a investir fora da Índia, na virada da década de 2010.

Em junho de 2012, o Instituto Serum comprou a farmacêutica holandesa Bilthoven Biologicals, que era controlada até então pelo governo do país europeu.

Atualmente, o Serum, presidido por Adar, filho do fundador, produz e vende cerca de 1,5 bilhão de doses de imunizantes por ano para 170 países.

Além da covid-19, o instituto produz vacinas contra doenças como poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, sarampo, caxumba e rubéola.

O Instituto Serum estima que cerca de 65% das crianças de todo o planeta recebem ao menos uma vacina produzida pelo laboratório.

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