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Resultados mais fracos para as empresas de energia

Safra espera resultados trimestrais mais fracos para todos os segmentos do setor de energia, exceto para algumas distribuidoras favorecidas com reajustes tarifários

Servicos energia

O segmento industrial tem sido o destaque positivo no consumo de energia, mas ritmo desacelerou em setembro | Foto: Getty Images

O Banco Safra preparou um relatório com a expectativa dos resultados do setor de energia referentes ao terceiro trimestre de 2024. As informações das empresas cobertas pelo Banco Safra auxiliam investidores nas decisões relacionadas às ações das companhias.

Trimestre relativamente mais fraco para o setor de energia:

(i) As empresas de Distribuição deverão apresentar um crescimento menor nos volumes de vendas em comparação com os últimos trimestres, principalmente devido às bases mais difíceis de comparação do ano passado e à demanda relativamente mais baixa no segmento residencial;

(ii) As margens das empresas de Geração devem ser prejudicadas pelo maior efeito dos eventos de redução (que devem afetar principalmente as energias renováveis) e os níveis elevados do déficit hídrico, combinados com preços spot altos, que devem afetar os players da indústria hidroelétrica que mantêm posições curtas em contratos de energia;

(iii) Os resultados das empresas de Transmissão devem mostrar uma pequena redução no ano, principalmente devido a um reajuste tarifário fraco para as receitas anuais e alguma pressão sobre as margens. Os destaques positivos ficam para Eneva e Sabesp, enquanto os pontos negativos devem ser Auren e AES.

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Crescimento do volume de mercado cativo desacelera

De acordo com a Energy Research Corporation (EPE), os volumes combinados em julho-agosto cresceram 6,1% a/a como resultado da combinação do bom desempenho do segmento industrial e de alguma recuperação no segmento residencial empurrada pelo clima mais seco, especialmente em julho.

O segmento industrial tem sido o destaque positivo até agora (+6,9% a/a no período), seguido pelo segmento residencial (crescimento de 6,0%).

Os especialistas do Safra notam, no entanto, que o ritmo de crescimento de setembro já desacelerou em comparação aos meses anteriores (segundo o CCEE, os volumes subiram 3,0% em setembro e caíram 2% no mercado regulado), o que poderia ser atribuído a temperaturas ligeiramente mais baixas no mês.

Além disso, a Neoenergia e a Energisa já lançaram sua previsão de volume, mostrando desempenhos mais suaves
no segmento residencial.

Hidrologia, perspectiva de geração e preços

No terceiro trimestre, a hidrologia atingiu 64% da média de longo prazo (LTA) do sistema, bem abaixo dos 95% observados no trimestre anterior.

A hidrologia nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste foi ainda menor, mas foi parcialmente ajudada pela Região Sul. Os preços médios atingiram R$ 170,7 por MWh vs. R$ 72,7 por MWh no 3T23, um aumento de 134,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o GSF atingiu 79,2%, potencialmente deixando os players da indústria hidrelétrica com posições curtas sob contratos de energia expostos a riscos.

No geral, a geração de energias renováveis aumentou em termos homólogos devido ao aumento dos recursos eólicos e à entrada em funcionamento de novos projetos (unidades de grande escala e DG).

Por outro lado, o Safra espera que a maior produção de geração renovável aumente os níveis de redução, potencialmente levando a impactos negativos nos resultados do 3T24.

Neste trimestre, a geração térmica subiu 20,2% no ano, portanto, prevemos bons resultados para o Eneva.

Resumo dos resultados das empresas de serviços públicos

O Banco Safra espera resultados trimestrais relativamente mais fracos para todos os segmentos, devido ao impacto do curtailment e uma ainda pobre hidrologia (Geração), volumes de vendas suaves para o mercado cativo (Distribuição), e uma
redefinição de tarifa suave para as receitas (Transmissão).

No entanto, algumas empresas de Distribuição devem se beneficiar de um aumento tarifário e uma reviravolta (expansão da margem) em algumas unidades (este é o caso do Equatorial).

No caso das empresas de Geração, o foco principal deve ser na atualização do portfólio de energia devido aos preços mais altos no trimestre.

Em qualquer caso, a Eneva deve postar o maior resultado entre as empresas de Geração nesta temporada de resultados. Para este trimestre, o Safra não espera grandes pagamentos de dividendos. No entanto, o banco destaca que a CEMIG conseguiu vender sua participação na Aliança Energia e isso deve impulsionar o lucro (e provavelmente a DPS).

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