Setor de serviços tem queda de quase 8% em 2020
IBGE informa que o volume de serviços recuou 7,8%, pior registro desde 2016. Entre novembro e dezembro houve estabilidade
11/02/2021
Impacto sobre serviços prestados às famílias, como restaurantes, serviços de bufê e hotéis pressionaram queda do ano | Foto: Getty Images
O setor de serviços teve retração de 7,8% no ano de 2020, no pior resultado da série histórica iniciada em 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 11.
Os serviços prestados às famílias caíram 25,4%, por causa da pandemia, influenciando de forma negativa o resultado da pesquisa.
Os serviços incluem os ramos de restaurantes, hotéis, serviços de bufê, e atividades de condicionamento físico, cabeleireiros e outros, segundo o IBGE.
Na quarta-feira, 10, o instituto já havia divulgado dados referentes ao varejo no ano de 2020, com forte queda de 6% em dezembro, em comparação ao mês anterior.
Os números negativos refletem o fim do auxílio emergencial do governo e o recrudescimento da pandemia de covid-19, que motivou medidas mais restritivas de distanciamento social.
Ritmo estável em novembro dezembro
O registro do volume de serviços de novembro para dezembro do ano passado ficou estável, com queda de 0,2%, com ajuste sazonal.
O número, porém, interrompe seis meses seguidos de alta no setor. Frente a dezembro de 2019, o volume dos serviços caiu 3,3%, sua décima taxa negativa seguida para esta comparação.
Já no acumulado de 2020, frente a igual período do ano anterior, a queda do volume de serviços no Brasil (-7,8%) se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que 25 das 27 unidades da federação também mostraram retração na receita real de serviços.
O principal impacto negativo em termos regionais veio de São Paulo (-7,4%), seguido por Rio de Janeiro (-7,3%), Rio Grande do Sul (-12,7%), Paraná (-9,5%), Minas Gerais (-6,1%) e Bahia (-14,8%).
Turismo sobre impacto da pandemia
No acumulado do ano, o setor de atividades turísticas caiu 36,7% frente a igual período de 2019, pressionado, sobretudo, pelos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; catering, bufê e outros serviços de comida preparada; e agências de viagens.
Todas as 12 unidades da federação investigadas registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-40,0%), seguido por Rio de Janeiro (-30,9%), Minas Gerais (-35,2%), Bahia (-37,2%) e Rio Grande do Sul (-43,3%).