Setor varejista pode encontrar mais resistência para captar dívida
Cenário econômico marcado por inflação e juros altos têm pressionado o desempenho das empresas e elevado o prêmio exigido pelos investidores
27/07/2022O cenário econômico marcado por inflação e juros altos têm pressionado o desempenho dos varejistas e elevado o prêmio exigido pelos investidores para as captações de dívida.
A percepção de risco e a cautela quanto aos investimentos aumentam, o que se traduz em um custo superior para emissão de dívida por parte da companhia.
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Contudo, é importante mencionar que as grandes companhias com capital aberto na bolsa mantêm, no geral, um bom perfil de crédito, com dívida e alavancagem sob controle.
Recentes operações mostram uma baixa demanda por títulos privados de alguns varejistas, a exemplo da Via e C&A. É verdade que em ambos casos, outros fatores influenciaram no receio de investidores em levar os papéis.
No caso da Via, problemas operacionais e de governança dificultaram a distribuição, além de ser uma emissão de mais longo prazo.
Já a C&A, sua perspectiva de rating foi colocada como negativa pela Fitch na época em que fazia uma emissão e debêntures.
Outras companhias, como a Americanas e Centauro, no entanto, não tiveram dificuldades quanto à demanda.
Segmentos
Olhando para os segmentos do varejo, percebemos que alguns conseguem se destacar no cenário de alta de juros e outros são mais afetados.
O segmento de linha branca (eletrodomésticos em geral) é mais sensível ao aperto monetário do que, por exemplo, varejo de moda, já que o primeiro trabalha mais com prestações mais longas.
Moda, por outro lado, vem ganhando mais espaço no setor. Outro fator bastante relevante, é a exposição de uma companhia a uma determinada faixa de renda da população. Varejistas que atuam junto à classe média e alta, consegue obter melhor desempenho nas vendas.
Com relação ao mercado de crédito privado, no momento vemos boa demanda por parte de fundos de renda fixa e pessoa fixa por títulos de companhias de variados setores.
Possivelmente por conta disso, vemos que o risco de crédito ainda não se refletiu propriamente nos títulos do setor de varejo, mas deve ocorrer caso o cenário econômico continue desafiador ou a demanda por títulos de crédito privado venha a se arrefecer, que é quando os investidores passam a selecionar melhor o risco.