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Após um ano e meio, shoppings superam nível de vendas pré-pandemia

Com avanço da vacinação, maiores operadoras do País viram vendas dos lojistas em outubro ultrapassar volume do mesmo mês de 2019

Escadas rolantes de shoppings com pessoas andando, alusivo às vendas

Gigantes do setor, Iguatemi e Multiplan tiveram altas de 15% e 10%, respectivamente. Aliansce e BRMalls confirmaram aumento, mas sem divulgar dados | Foto: Getty Images

Pela primeira vez em um ano e meio, as maiores operadoras de shoppings do Brasil mais vendas do que antes da pandemia.

Aliansce Sonae (ALSO3), BRMalls (BRML3), Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3) vinham registrando quedas nas vendas dos lojistas desde que a crise sanitária fechou o comércio e, posteriormente, permitiu a abertura aos poucos.

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Com o avanço da vacinação e o fim das restrições para os centros de compras, o quadro se inverteu.

Em outubro, essas empresas viram crescimento nas vendas em relação ao mesmo mês de 2019, em termos nominais.

Iguatemi e Multiplan tiveram altas de 15% e 10%, respectivamente. Aliansce e BRMalls confirmaram que houve aumento, mas sem divulgar dados.

“Em novembro, as primeiras semanas de vendas também foram boas”, afirmou o presidente da Aliansce Sonae, Rafael Sales, em reunião com analistas.

Paralelamente, a inadimplência dos lojistas e os espaços vagos dos shoppings estão diminuindo pouco a pouco.

Perspectivas dos shopping para as vendas

A pergunta que fica agora é se os negócios vão permanecer saudáveis, em meio à piora da economia brasileira, com juros e inflação em alta.

Na visão dos empresários, a expectativa é de desempenho muito forte nas vendas neste fim de ano, com Black Friday e Natal. Para o próximo ano, pairam dúvidas.

Sales, da Aliansce Sonae, afirmou que estimar o desempenho das vendas para 2022 é um “exercício mais complexo” devido às incertezas.

“Não sabemos como estará a economia brasileira no ano que vem”, afirmou. Mas ele se diz otimista, porque o pior da pandemia ficou para trás, e a sua rede tem boa ocupação, além de novos canais para vendas online.

O presidente da BRMalls, Ruy Kameyama, também tem visão positiva.

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Segundo ele, a recuperação nas vendas foi vista em todas as regiões onde está presente, especialmente nos empreendimentos do Centro-Oeste e do Paraná, regiões puxadas pelo agronegócio.

"Temos percebido que existe um interesse forte dos lojistas para entrar nos shoppings", disse, em teleconferência.

A expectativa, segundo ele, é cortar descontos nos aluguéis e reajustar aluguéis para recuperar parte das receitas.

Na rede Iguatemi, com shoppings voltados para as classes A e B, a previsão é de que as vendas sigam fortes até a metade de 2022.

Isso porque os seus consumidores ainda estão limitados para viajar e devem direcionar boa parte dos gastos com lazer e compras para o mercado local, diz a vice-presidente de finanças, Cristina Betts.

O Iguatemi prevê que a taxa de ocupação suba de 90,7% para 93% no fim do ano.

Para analistas, o movimento de recuperação deve continuar, embora em ritmo diferente.

"Os shoppings de baixa renda devem se recuperar mais lentamente do que aqueles de alta renda, já que o crescimento da inflação está concentrada em alimentos e mercadorias", afirmou o analista do Citi André Mazini, em relatório. (AE)

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