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Siderúrgicas devem reajustar preço do aço em 20% no início de abril

Aumento na tonelada do aço deve ocorrer para recompor alta de custos das matérias-primas siderúrgicas nos últimos meses

Bobinas de aço

O reajuste será feito pela retirada dos descontos e recomposição dos custos | Foto: Getty Images

Para recompor a alta dos custos das matérias-primas do aço, as usinas siderúrgicas devem imprimir um aumento de 20% nos preços em abril. Segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, os reajustes devem valer já no dia primeiro, devendo ocorrer em duas etapas.

Somente o carvão siderúrgico passou de US$ 170 a tonelada em julho do ano passado para US$ 700 em março, segundo ele.

Loureiro ressaltou que a Usiminas deve aumentar os seus preços em 15% no início do mês e o restante ao longo de abril. Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou reajuste de 12,5% nos primeiros dias do mês e o restante, 7,5% no dia 15. Gerdau e ArcelorMittal não informaram quando terão preços para os aços planos mais altos, segundo Loureiro.

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“O que sabemos é que em abril os preços dos produtos siderúrgicos estarão 20% mais altos”, disse. “Isso é um pouco a retirada dos descontos e tentativa de recomposição dos custos de produção.”

Loureiro acredita que esse reajuste será implementado em sua totalidade, apesar do mercado interno mais retraído. “Se não vender aqui, elas vendem para a Europa”, disse. “Hoje, mesmo com o imposto de US$ 60 por tonelada na Europa, é mais compensador vender para o mercado europeu.” A tonelada de bobina a quente é comercializada a US$ 1,35 mil a US$ 1,4 mil na Europa, uma diferença de US$ 350 do produto vendido no mercado doméstico.

Siderúrgicas brasileiras devem mander exportações de aço para a Europa

“A CSN deve enviar 50 mil toneladas de placas à unidade de laminação Lusosider, em Portugal”, afirmou. “Não vejo chance desse novo aumento de preços não ser implementado no Brasil.”   

Segundo ele, as siderúrgicas devem manter as exportações em alta para a Europa, pelo menos por mais quatro meses. “Mesmo que a guerra na Ucrânia chegue ao fim, as usinas ucranianas e russas terão que se reestabelecer”, disse Loureiro. “As siderúrgicas brasileiras não terão problemas em colocar os seus produtos no mercado europeu.”

De acordo com os dados do Instituto Aço Brasil, as exportações no bimestre atingiram 2,2 milhões de toneladas, o equivalene a US$ 1,8 bilhão, aumento de, respectivamente, 68,2% em volume e 115,1% em valor na comparação com o mesmo período de 2021.

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