Superquarta terá aumento dos juros nos EUA e definição do ciclo de aperto no Brasil
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve deve repetir um aumento de 75 pontos base, enquanto no Brasil o Copom deve confirmar o fim do ciclo de aperto
21/09/2022Nesta ‘superquarta’ as autoridades de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos decidem a trajetória das taxas de juros. Nos EUA, o Federal Reserve deve repetir a alta das últimas reuniões de 75 pontos base, levando a taxa de juros americana ao intervalo de 3,0% e 3,25% ao ano. No Brasil, o mercado aposta na manutenção da Selic em 13,75% ao ano.
A decisão do Federal Reserve será anunciada às 15 horas. O mercado aguarda com apreensão o encontro há semanas. O presidente do Fed, Jerome Powell, no recente simpósio de Jackson Hole, em agosto, prometeu agir a todo custo para controlar a inflação do país, a maior em mais de 40 anos.
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A declaração repercutiu causando vários pregões negativos nas bolsas americanas, com temores de que a instituição financeira precisaria ser mais dura do que o esperado na reunião desta quarta-feira.
Na semana passada, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que a inflação do país subiu 0,1% em agosto ante julho, acima das expectativas. Parte do mercado passou a considerar uma alta de 1 ponto porcentual nos juros americanos. A aposta geral, no entanto, é que a instituição repita a alta das últimas reuniões de 0,75 ponto porcentual, o que levaria a taxa de juros dos EUA ao intervalo de 3,0% e 3,25% ao ano.
Copom pode manter taxa de juros no Brasil, mas há dúvida sobre elevação residual
No Brasil, no início da noite, a quarta-feira trará também a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Por aqui, há algum tempo se discute quando a taxa básica de juros do País, a Selic, chegaria ao fim do ciclo de aperto depois de mais de um ano de aumentos consecutivos nos juros.
Na visão de parte do mercado, esse momento pode finalmente ter chegado. Com a ajuda de medidas para reduzir os impostos dos combustíveis e energia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação nos últimos dois meses. Apesar de ser um movimento provocado principalmente pelas interferências do governo, especialistas destacam que já é possível ver alguns indicadores de diminuição no ritmo da inflação, o que permitiria que o BC encerrasse a alta nos juros.
A maior parte do mercado espera a manutenção da Selic em 13,75% ao ano. Mas em setembro o presidente do BC Roberto Campos Neto disse que ainda é cedo para falar em redução na taxa de juros. Por isso há economistas que acreditam em um último ajuste de 0,25 ponto percentual, que elevaria a Selic para 14% ao ano.
O boletim Focus mais recente, divulgado na segunda-feira (19), prevê um IPCA de 6,0% para 2022 e de 5,01% em 2023. Já a projeção para 2024 subiu pela terceira semana seguida, de 3,47% para 3,50%. (ComAE)