Modelos SUV lideram transição para os veículos elétricos no mundo

Cada vez mais ganhando espaço em mercados como o brasileiro, os SUVs (abreviação em inglês para veículos utilitários esportivos) lideram a frente de eletrificação de veículos e já respondem por 55% desses modelos no mundo.

Há dois anos, antes da pandemia de covid-19, a fatia desses carros no nicho era de 45%.

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Além disso, pela primeira vez, a taxa de eletrificação mundial de SUVs corresponde à taxa de eletrificação de carros de outros segmentos.

Os dados constam em relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

Segundo a agência, tanto nos Estados Unidos quanto na União Europeia a projeção é que SUVs elétricos representem mais de 55% de todas as vendas de carros eletrificados em 2021.

A participação expressiva desse segmento no mundo só não deve superar todas as outras juntas devido à preferência de consumidores chineses pelos modelos menores e de baixo custo.

Conforme a IEA, alguns modelos movidos à eletricidade na China têm preço inferior a US$ 10 mil (R$ 56,7 mil).

Força dos SUVs no mercado em geral

Mais do que liderar a eletrificação dos veículos, os SUVs pavimentam o caminho para a liderança na preferência geral dos motoristas

Dados da empresa MarkLines, que acompanha o mercado automotivo, mostram que estes modelos (entre elétricos, híbridos e à combustão) devem fechar o ano com 45% das vendas totais em todo o planeta.

A frota global de SUVs deve chegar a 320 milhões de unidades – o que equivale ao total geral de automóveis da Europa. Em 2010, a frota de SUVs era de menos de 50 milhões, segundo a MarkLines.

Tanto o percentual quanto o número de unidades são recordes em termos de participação de mercado e em volume.

Entre 2020 e 2021, aliás, os utilitários esportivos mostraram resiliência e cresceram 10% em emplacamentos.

Segundo previsão da MarkLines, as vendas globais totais de veículos devem crescer 4% no fechamento deste ano.

Longo caminho

Mesmo se destacando na frente de eletrificação, os SUVs ainda têm uma longa jornada a percorrer até que suas versões sustentáveis sejam maioria.

Os modelos estão entre os principais causadores do crescimento das emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à energia na última década.

Inclusive, 98% das unidades que rodam atualmente têm motores à combustão.

Só em 2021, a frota global de SUVs aumentou em mais de 35 milhões de unidades, aumentando as emissões anuais em 120 milhões de toneladas de CO2, informa a IEA.

Os SUVs também são mais pesados e consomem cerca de 20% mais energia do que um carro de porte médio.

Os movidos à eletricidade, por exemplo, utilizam uma bateria muito maior (70 quilowatt-hora) do que um carro elétrico com bateria média (cerca de 50 quilowatt-hora).

Nesse sentido, os SUVs eletrificados acabam demandando mais minerais essenciais na composição de suas baterias.

Como base de comparação, a IEA aponta que se os modelos utilitários esportivos formassem um país, eles estariam em sexto lugar no ranking de emissões absolutas neste ano, atingindo 900 milhões de toneladas de CO2.

Sendo assim, o relatório da agência conclui que governos em todo o mundo devem apostar em políticas públicas que incentivem a transição dos motores movidos a combustíveis fósseis para elétricos nos SUVs.

Exemplo disso são França e Alemanha, que impuseram um imposto sobre carros de grande porte e com alto nível de emissões, como os SUVs.