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Cultura brasileira perde Paulo José, aos 84 anos

Um dos grandes nomes do teatro, cinema e TV do País, ator morre de pneumonia após superar a covid há um ano e conviver nas últimas duas décadas com o mal de Parkinson

Paulo José

Paulo José estreou na Rede Globo na novela Véu de Noiva, de Janete Clair, de 1969 | Foto: Divulgação

O ator e diretor Paulo José morreu aos 84 anos nesta quarta-feira, 11, no Rio de Janeiro. Ele estava internado havia 20 dias para tratar de uma pneumonia.

Paulo José deixa esposa e quatro filhos. Deixa também um grande vazio na cultura brasileira pela extraordinária presença que teve na teledramaturgia em mais de meio século de trabalho.

Gaúcho de Lavras do Sul, Paulo José Gómez de Souza nasceu em 20 de março de 1937 e começou sua trajetória no teatro ainda na escola. Trabalhou no teatro amador e desenvolveu outras habilidades como cenógrafo, iluminador, contrarregra, assistente de direção, maquiador e maquinista.

Paulo José e Flávio Migliaccio marcaram época com Shazan, Xerife e Cia, de 1972 a 1974 | Foto: Divulgação

Paulo José estreou na Globo em 1969

Na década de 1960, já em São Paulo, trabalhou no Teatro de Arena, em São Paulo. Estreou na Globo na novela Véu de Noiva, de Janete Clair, de 1969, mas Paulo marcou época com a parceria com Flávio Migliaccio na novela O Primeiro Amor, de 1972. Os personagens foram tão marcantes que deram origem a um seriado, Shazan, Xerife e Cia, escritor, dirigido e estrelado por eles de 1972 a 1974.

Ao longo de mais de seis décadas de carreira, Paulo José esteve presente em mais de 20 novelas e minisséries, além de filmes como Macunaíma, de 1969, e Todas as Mulheres do Mundo, de 1966. Agora É que São Elas, de 2003, de Ricardo Linhares, surgiu a partir de uma ideia do próprio ator.

Ator conviveu com o mal de Parkinson por duas décadas

O ator conviveu por 20 anos com o mal de Parkinson e seu último trabalho nas telas foi como Benjamin, personagem da novela Em Família que também sofria da doença.

No cinema, deixou uma carreira marcada por atuações muitas vezes inesquecíveis, que lhe valeram prêmios. Destaque para desempenhos nos filmes Todas as Mulheres do Mundo, 1966; Edu, Coração de Ouro, 1967; e O Rei da Noite, 1976. Destaca-se também pela atuação em Macunaíma; A Difícil Viagem; Faca de Dois Gumes e Policarpo Quaresma.

Mesmo com Parkinson, Paulo José mantinha uma esplendorosa relação com a vida – ele enfrentava o problema de frente e se apoiava no teatro como inspiração. “Quando estou envolvido com o palco, os sintomas diminuem. Ou seja, o teatro me ajuda a conviver com o problema.” (Com AE)

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