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12 tendências de consumo consciente no Brasil

Estudo analisa as transformações sobre a prática sustentável de consumir e como a pandemia impulsionou o processo

menina no mercado de máscara e luvas praticando o consumo consciente

Consumir de forma consciente significa respeitar as reais necessidades de compras próprias e do mundo, segundo o estudo | Foto: Getty Images

A cada ano, o Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, traz novas reflexões sobre a forma de consumir do brasileiro. Em 2021, um dos destaques foi a consolidação de tendências ligadas à sustentabilidade, como o consumo consciente.

Para mensurar o tamanho da transformação na forma de consumir, a consultoria de inovação Mandalah Brasil e a plataforma digital Stilingue publicaram um estudo com tendências observadas no país.

A pesquisa foi feita com abordagens quantitativa e qualitativas, combinando dados de monitoramento de mídia digitais feito pela Stilingue, entrevistas com especialistas e dados de mercado.

O que é consumo consciente

O estudo define consumo consciente como sendo a prática de observar e respeitar, não apenas os próprios desejos de compra, mas as reais necessidades próprias e do mundo.

Essa forma de consumir leva em consideração a cadeia produtiva do que se compra, bem como o caminho do produto após seu descarte.

Fatores que impulsionam a transformação

Passado mais de um ano do início da pandemia de covid-19, uma grande parte da população teve que adaptar a forma como consumia no dia a dia devido às regras de distanciamento social.

A consolidação do regime de trabalho remoto (home office), a restrição de serviços de terceiros para questões domésticas e o maior sentimento de solidariedade foram fatores que impulsionaram o consumo consciente.

Por outro lado, o estudo mostra que muitas pessoas também aumentaram seu nível de consumo regular “sobretudo pela facilidade e atratividade das compras online – e que, muitas vezes, compensam questões psicológicas advindas desse momento de crise” com a pandemia.

12 tendências de consumo consciente

  1. Existo, logo me adapto
    A pandemia de covid-19 forçou as pessoas se adaptarem às restrições de locomoção. Compras pela internet, aderência à cursos online e o hábito de acompanhar lives (shows ao vivo transmitidos pela internet) são mudanças que devem se consolidar. As práticas geram menos gastos de locomoção, consumo e tempo.

  2. Retorno à natureza
    O regime de home office permitiu que mais pessoas se tornassem nômades digitais por um período. A procura por imóveis em locais afastados de grandes centros e até rurais, além de estadias mais longas são a grande prova desse movimento de “qualquer lugar office“.

  3. Mais conforto e bem-estar em casa
    Com todos passando grande parte ou quase todo o tempo em casa, o ato de morar passou por uma ressignificação. As pessoas passaram a investir mais no conforto e na qualidade de seu próprio ambiente, o deixando mais multifuncional. O investimento em bens duráveis, como TVs, também mostrou como o desfrutar da casa virou prioridade entre as famílias.

  4. Colocando a mão na massa
    As publicações Do It Yourself (faça você mesmo) em redes sociais dispararam 40% nas redes sociais entre fevereiro e julho do ano passado, de acordo com o Stilingue. Segundo o estudo, as pessoas passaram a investir mais em tintas e plantas e resolverem questões domésticas sozinhas, como pequenas reformas.

  5. Senso de comunidade e pertencimento
    Forte característica do consumo consciente é o aumento do volume de compras de negócios locais. Comprar barato faz bem para a saúde financeira, mas num momento de crise econômica ajudar os pequenos negócios é algo precioso. Outro ponto levantado neste item pela pesquisa é o aumento da empatia pelo próximo, com aumento nos casos de pessoas cantando nas portas umas das outras indo ao mercado para os vizinhos.

  6. Menos industrial, mais artesanal
    O estudo constatou o crescimento de vendas de produtos orgânicos e artesanais durante o período da pandemia. Aplicativos e serviços de delivery de produtos “da fazenda para a mesa” (farm to table, em inglês) chegaram a crescer até 250% com a crise sanitária. Com mais tempo em casa, sobra mais espaço para a preocupação com a saúde e o meio ambiente.

  7. Potencialização do minimalismo
    Os exageros das modernidades têm caído na lista de preferências de consumo das pessoas. Mais da metade dos brasileiros têm evitado compras consideradas desnecessárias. A grande maioria passou a gastar menos por impulso.

  8. Necessidade de cozinhar em casa
    Mesmo com o crescimento do delivery, muitas pessoas se sentiram mais encorajadas a investir em pratos feitos com as próprias mãos. Cozinhar a própria comida promove economia financeira e saúde. Portais de receitas como o de notícias da UOL chegaram a ter um pico de crescimento na audiência de cerca de 230% em um mês.

  9. O boom das vendas online
    Muitas marcas passaram a investir de forma contundente no comércio eletrônico e tiveram seu processo de digitalização acelerado – mesmo que de forma forçada. Especialistas ouvidos pelo estudo também pontuam que esse boom de vendas online vem para complementar as vendas físicas que voltarão após a pandemia e não para eliminar os pontos físicos. O acesso às informações e produtos também fica maior ao consumidor.

  10. Desejos e autoindulgência
    Única tendência elencada pelo estudo que vai na contramão do consumo consciente é a saciedade dos desejos para como válvula de escape para o momento difícil que todos vivem. O estudo menciona um dado sobre bebidas alcóolicas: segundo o Stilingue, a associação do termo “vinho” a “delivery” nove vezes maior em 2020 do que no ano anterior, quando comparado o período entre março e julho.

  11. Busca por saúde e bem-estar
    Cresceu o cuidado com o corpo e a mente. A pesquisa traz um dado sobre vendas de equipamentos para ginástica, que entre março e maio do ano passado, cresceu 500%. Outra informação relevante é o aumento de 65% no volume de referências sobre autocuidado entre março e julho de 2020 nas redes sociais.

  12. Maior preocupação com a sustentabilidade
    Em 2020, o Mercado Livre chegou a registrar aumento de 55% na busca por produtos de categorias sustentáveis. Itens como bicicletas, iluminação LED e sacolas ecológicas foram alguns dos mais buscados. Segundo a Mandalah e a Stilingue, as pessoas passaram a se sentir marginalizadas por não fazerem parte ou apoiarem movimentos conscientes e sustentáveis.

O estudo completo sobre tendências de consumo consciente da Mandalah Brasil e do Stilingue podem sem acessados por este link.

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