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Trump se livra pela segunda vez do impeachment

Por 57 a 43, senadores decidiram pela absolvição do ex-presidente em seu segundo julgamento de impeachment

Trump com Melania

Presidente foi inocentado da acusação de impeachment pela invasão que terminou com cinco mortos no Capitólio / Foto: Instagram

O Senado dos Estados Unidos votou por 57 a 43 a absolvição do ex-presidente Donald Trump em seu segundo julgamento de impeachment.

Sete republicanos votaram com todos os 50 democratas, no maior apoio bipartidário à condenação em qualquer um dos quatro impeachments na história dos EUA, informou o The New York Times.

Muitos dos senadores experimentaram a violência do ataque, fugindo segurança enquanto saqueadores dominaram o Capitólio, sede do parlamento.

Mas a maioria do partido Republicano, de Trump, se uniu pela absolvição.

Julgamento tem fim abrupto

O veredicto põe um fim abrupto ao quarto julgamento de impeachment presidencial na história americana, e o único em que o acusado havia deixado o cargo antes de ser julgado.

O julgamento terminando após apenas cinco dias, em parte porque os dois partidos estavam interessados em abreviar o processo.

Deputados democratas responsáveis pela acusação contra Donald Trump no Senado americano pediram a convocação de testemunhas no processo de impeachment do ex-presidente, mas isso acabaria atrasando o julgamento por tempo demais, o que não interessa ao governo do presidente Biden, mais interessado em destrancar a pauta e tomar medidas para recuperar a economia e combater a pandemia de covid-19.

Se acusado, Trump perderia direitos políticos

Uma condenação poderia impedir Trump de concorrer a cargos federais, o que o deixaria fora de nova disputa pela Casa Branca. Com a absolvição, Trump pode se candidatar nas próximas eleições presidenciais.

Um total de 57 senadores votaram pela condenação de Trump, enquanto 43 votaram pela absolvição. Eram necessários 67 votos para condenar Trump. Vale destacar que sete senadores republicanos votaram pela condenação.

Pela manhã, os senadores chegaram a sinalizar que o processo de julgamento se alongaria, quando, por maioria, aprovaram que testemunhas fossem ouvidas.

A principal intenção dos democratas era ouvir a deputada republicana Jaime Herrera Beutler, que afirmou na noite de sexta-feira (12) que outro deputado, o líder da maioria Kevin McCarthy, recebeu uma ligação de Trump no momento da invasão ao Capitólio que indicava que o então presidente apoiava os invasores. De acordo com ela, Trump teria resistido a pedir a seus partidários que parassem a invasão.

No entanto, acusação e defesa chegaram a um acordo para admitir como evidência uma declaração de Jaime Herrera Beutler sobre o telefonema entre Trump e McCarthy, abrindo caminho para a apresentação dos argumentos finais e da votação.

Provas contra Trump mostram violência

Durante as argumentações finais, os democratas apresentaram diversos vídeos e postagens nas redes sociais e alegaram que Trump preparou seus apoiadores para a violência, gastou dinheiro para divulgar a mensagem de que a eleição foi roubada, emitiu um convite para “marcar a data” 6 de janeiro e, depois de incitar a aglomeração, se absteve de pedir ajuda.

“O presidente passou meses incitando seus apoiadores a acreditar que a eleição havia sido roubada dele, deles, o que não era verdade”, disse o deputado Joe Neguse. “Ele convocou a multidão, reuniu a multidão, e quando a violência estourou, ele não fez nada para pará-la.”

O deputado Jamie Raskin, o principal acusador democrata, disse que a acusação provou que Trump “traiu seu país”. “Provamos que ele traiu sua Constituição, provamos que ele traiu seu juramento de mandato.” (Com AE)

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