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Maior obra do país, túnel do metrô tem desmoronamento em São Paulo

Obra de nova linha do metrô de São Paulo desmorona ao lado do rio Tietê e causa grande transtorno que pode durar semanas no trânsito da cidade

Linha Laranja

Túnel de ventilação da linha do metrô onde ocorreu o desmoronamento | Foto: Reprodução

A maior obra de infraestrutura atualmente em andamento no Brasil foi afetada por um grave acidente nesta terça-feira, causando grande caos no trânsito da cidade de São Paulo. A obra de uma das estações da Linha 6 – Laranja do Metrô causou um grande desabamento de parte da pista da Marginal Tietê, na zona norte da capital paulista, próximo a ponte da Freguesia do Ó.

Todas as pistas no sentido da Rodovia Ayrton Senna foram interdidatas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Durante as escavações com o “tatuzão”, máquina responsável por abrir os túneis subterrâneos do metrô, uma adutora teria sido atingida. A água do Rio Tietê inundou a escavação da linha que deve conectar o bairro da Brasilândia à Liberdade, no centro de São Paulo. O acidente provocou a inundação da obra e o problema deve prejudicar o trânsito na região nas próximas semanas – ou meses.

De acordo com os bombeiros, todos os trabalhadores conseguiram deixar o local. Apenas dois deles tiveram contato com a água contaminada e foram socorridos por precaução.

Consórcio espanhol Acciona é responsável pela obra da linha Laranja do metrô

O consórcio espanhol Acciona é responsável pelas obras. A Linha 6 está sendo construída em parceria público-privada entre o governo do estado e o grupo espanhol.

O Tatuzão, equipamento de perfuração de túneis, operava no local do acidente desde 16 de dezembro. A tuneladora partiu do VSE (poço de ventilação e saída de emergência), local do acidente desta terça-feira, e chegaria até um outro VSE na Avenida Senador Felício dos Santos, no centro.

O equipamento percorreria dez quilômetros nos próximos meses entre as estações Santa Marina e São Joaquim. Pesando 2 mil toneladas, cada Tatuzão possui diâmetro de 10,61 metros e extensão de 109 metros, de acordo com especificações da empresa responsável pela obra. Sua capacidade de perfuração é de aproximadamente 12 a 15 metros por dia.

Para a sua operação são necessárias aproximadamente 50 pessoas, divididas em três turnos de trabalho, informou a Acciona. A máquina possui refeitório, cabine de enfermagem, esteira rolante para a retirada do material escavado, além de cabine de comando e equipamentos auxiliares.

A Linha 6-Laranja do Metrô tem 15 quilômetros e previsão de 15 estações. A previsão do governo do Estado é que a linha, quando estiver pronta, deverá transportar 630 mil passageiros por dia. Depois de finalizada a obra, a Linha 6 deverá ser operada pela Linha Uni por 19 anos.

Obra foi contratada em 2013, mas ficou parada

Paradas por quatro anos, desde setembro de 2016, as obras foram reiniciadas em outubro de 2020. O contrato da implantação, manutenção e operação da linha foi comprado pela empresa espanhola Acciona em 2019. Antes ele era do consórcio Move São Paulo (formado pela Odebrecht TransPort, a Queiroz Galvão e a UTC Engenharia).

Embora o contrato do consórcio anterior tenha sido assinado em 2013, as obras foram iniciadas apenas em abril de 2015 e paradas no ano seguinte. Em 2008, o Estado chegou a noticiar que a linha começaria a operar de forma parcial em 2012 e integralmente três anos depois.

Em 2007, um deslizamento de terra no canteiro de obras da Estação Pinheiros, da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo abriu um gigantesco buraco de 80 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade na tarde do dia 12 de janeiro de 2007.

Em pouco mais de um minuto a cratera tragou tudo à sua volta: caminhões, máquinas, carros e quem passava pelo local. Sete pessoas morreram e 79 famílias tiveram que ser removidas de casas interditadas.

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