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Turismo global quer cortar emissão de gases do setor pela metade nesta década

Acordo assinado em Glasgow por mais de 300 entidades do turismo promete planos de ação para colocar em prática o compromisso ambiental

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A preservação do ecossistema dos destinos é uma das metas da carta de compromisso de descarbonização do turismo no mundo | Foto: Getty Images

A Organização Mundial do Turismo (OMT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) anunciaram nesta quinta-feira, 5, carta de compromisso do setor de turismo com a redução de pelo menos 50% das emissões de gases ainda nesta década.

Cerca de 300 associações assinaram a declaração, que fala também da neutralidade das emissões até 2050, data estabelecida pelo Acordo de Paris para o mundo zerar a produção de gases que contribuem com o aumento da temperatura global.

O comunicado foi feito em Glasgow (Escócia) onde está sendo realizada a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26). Os signatários se comprometeram a apresentar um plano de ação detalhado para alcançar a meta em, no mínimo, um ano.

O documento reconhece a urgência em se ter um plano de ação climática no turismo. Os signatários se comprometem a medir, descarbonizar, regenerar e liberar financiamento para a compensação climática do setor “imediatamente, no que for possível”.  A carta pode ser acessada e assinada neste link: Glasgow Declaration.

O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, explicou que a Declaração de Glasgow é uma ferramenta para ajudar a “fechar a lacuna entre boas intenções e ação climática significativa”.  

Zurab Pololikashvili destacou que o setor precisa de metas mais ambiciosas para garantir ação climática no turismo efetiva. 

Segundo relatório da OMT publicado em dezembro de 2019, as emissões de gases apenas dos meios de transportes ligados ao turismo poderão representar 5,3% de todas as emissões até 2030.  

O setor emitia 1,5 bilhões de toneladas de gases em 2016 e a expectativa era de aumento de 25% até 2030, atingindo 1,9 bilhões de toneladas de emissões.  

Turismo quer envolver populações locais no programa de descarbonização

Darrell Wade, presidente do grupo Intrepid, um dos signatários, falou sobre a necessidade de avançar com as transformações no setor. “A indústria das viagens depende dos destinos para onde as pessoas querem ir e, no caso de alterações climáticas a 3 graus, haverá destinos para os quais não valerá a pena viajar. Isto significa que milhões de pessoas perderão os seus empregos e o sustento económico desses países cairá”, afirma

Esta transição deve, de acordo com o executivo, levar em conta e envolver as comunidades que vivem próximas ou nos destinos turísticos com a preservação.

O ministro do Turismo do Panamá, Ivan Eskildsen, lembrou da importância da atuação dos povos nativos para a realização do projeto de descarbonização do turismo no mundoos efeitos das mudanças climáticas para as populações indígenas. “Mesmo representando menos de 5% da população mundial, os povos indígenas preservam 80% da biodiversidade do mundo”, disse Eskildsen.

“Penso que é uma chave importante que nós também cuidemos do desejo dos ancestrais, dos indígenas de encontrar a resposta para os desafios que enfrentamos hoje como as mudanças climáticas.”

Fontes: Organização Mundial do Turismo e One Planet Work

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