Usiminas corta custos e enfrenta pressão de preços no aço
Especialistas do Safra temem que os resultados do aço possam vir sob pressão para a Usiminas devido ao descompasso entre a inflação de custos em US$ e preços
28/11/2024A Usiminas (USIM5) em Ipatinga, Minas Gerais informou que o reforço na redução de custos pode se materializar nos próximos trimestres. O anúncio foi feito durante no dia 27 de novembro, durante visita de analistas. Os especialistas do Banco Safra temem que os resultados do aço possam vir sob pressão devido ao descompasso entre a inflação de custos denominada em US$ e os preços domésticos.
Mercado brasileiro de aço e tarifas de importação
A gerência da Usiminas observou que o mercado brasileiro está forte, particularmente para eletrodomésticos e veículos leves, embora os segmentos de veículos pesados e agrícolas permaneçam fracos em comparação com os níveis do início de 2023.
Nos próximos anos, a demanda de aço provavelmente acompanhará o crescimento do PIB. As importações de aço plano estão em níveis alarmantes, com quotas e tarifas provando ser amplamente ineficazes, segundo os especialistas do Safra.
A empresa está apoiando as investigações antidumping em curso sobre o CRC, HDG e placas e defende a imposição de tarifas antidumping, que poderiam ser implementadas em 2025.
Considerando que a economia poderia desacelerar, devido ao aumento das taxas de juros, tais medidas poderiam apoiar a atividade local e fortalecer a indústria siderúrgica nacional.
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Atualização operacional e estratégia futura
Em relação às operações de laminação da Usiminas em Ipatinga, atualmente não há gargalos, e as linhas quente, fria e galvanizada estão operando em níveis muito eficientes, embora a gestão busque ganhos de produtividade.
Ganhos de produtividade nas linhas galvanizadas seriam fundamentais para atender a demanda da indústria automotiva, que representa 70% do uso final deste produto.
As próximas etapas incluem o foco em processos de laminação e diversificação de produtos. A gestão da Usiminas está alinhada com o objetivo de margem de EBITDA de 15% -20% a longo prazo, pautado pela Ternium.
O objetivo não deve ser alcançado a curto prazo, mas deve ser apoiado pelos investimentos planejados pela empresa e pelo plano de revisão operacional da nova gestão (não vinculado a grandes projetos) para aumentar a competitividade, que a gestão espera ter um impacto relevante, mas gradual, sobre as margens.
Perspectivas para a alocação de capital e estrutura de capital
A Usiminas tem um plano de 5 e 10 anos que avalia vários projetos upstream e downstream, mas parece não ter pressa para aprová-los ou executá-los em um cenário onde as condições do mercado comprometem os retornos exigidos.
O plano inclui projetos como a implementação de um EAF ou uma linha galvanizada em Cubatão, e o projeto Compactos em MUSA. A administração está trabalhando para aprovar a estrutura de capital alvo para o próximo ano. Dada a possível aprovação do projeto Compactos no próximo ano, o Safra acredita que pode ser razoável manter uma estrutura de capital ligeiramente ‘subótima’ no curto prazo.
Atualização do projeto Compactos
O processo de licenciamento do projeto ‘Compactos’ está em andamento e pode ser finalizado até o final do próximo ano, com decisões de aprovação chegando somente depois disso.
O projeto levaria aproximadamente três anos para ser concluído e espera-se ter uma capacidade de alimentação de pelotas de 10 a 12 mtpa. A Administração acredita que a execução deste projeto não só substituiria o esgotamento das reservas da Friáveis, mas também melhoraria a qualidade do portfólio.