Vacinas em dose extra animam médicos

Quando caixas de vacinas da Pfizer começaram a chegar aos hospitais dos Estados Unidos, nesta terceira semana de dezembro, profissionais de saúde fizeram uma descoberta surpreendente: alguns dos frascos de vidro contendo supostamente cinco doses continham o suficiente para uma sexta — ou até mesmo uma sétima — pessoa.

A notícia provocou uma enxurrada de trocas animadas de mensagens nas redes sociais, com funcionários de hospitais considerando a possibilidade de ampliar o número de pessoas vacinadas.

Também desencadeou um grande debate sobre aproveitar ou não a sobra nas embalagens após as primeiras cinco doses.

O grupo de saúde Northwell Health, de Nova York, informou ao jornal The New York Times que pelo menos 15 ou 20 doses teriam sido jogadas fora enquanto não havia uma orientação a respeito por parte do Departamento de Saúde do estado.

Na quarta-feira, 16 de novembro, os farmacêuticos receberam uma resposta. Em um comunicado, a agência reguladora do setor de alimentos e medicamentos, a FDA na sigla em inglês, informou que, “dada a emergência de saúde pública”, era aceitável usar todas as doses completas que sobraram em cada frasco.

A agência disse que consultou o laboratório Pfizer para determinar o melhor caminho a seguir e aconselhou as autoridades de saúde a não acumular doses de vários frascos.

As vacinas, desenvolvidas pela americana Pfizer e pela empresa alemã BioNTech, estão chegando em número muito inferior ao necessário neste início de vacinação.

A Pfizer disse que fabricou vacinas suficientes para fornecer pelo menos 25 milhões de doses até o fim do ano para os Estados Unidos, o suficiente para imunizar 12,5 milhões de pessoas, pois são necessárias duas doses.

A prioridade na vacinação é para profissionais da área de saúde, além de residentes e funcionários de asilos.

Em nota, a Pfizer informou que há uma quantidade uniforme de vacina em cada frasco, mas que a quantidade que sobrou após a retirada de cinco doses pode variar de acordo com o tipo de seringa e agulha, bem como a quantidade de solução de diluição utilizada.

A notícia de que os hospitais podem ser capazes de vacinar mais pessoas do que o esperado também cria novas complicações.

As autoridades federais controlaram cuidadosamente o fornecimento de vacinas, mantendo na reserva doses suficientes para cada pessoa que recebeu a primeira dose para receber uma injeção de reforço três semanas depois.