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Nova direção da Vale busca crescimento e melhoria da qualidade do minério

A nova direção reforçou o foco da Vale em aumentar produção de minério de ferro e aumentar a participação dos produtos de alta qualidade

Vale

O acordo de Mariana pode ser anunciado até o final de outubro, segundo o novo CEO da Vale | Foto: Getty Images

A aceleração do crescimento e a melhoria da qualidade do minério de ferro são as principais prioridades da gestão do novo CEO da Vale, Gustavo Pimenta. Em uma apresentação para analistas acompanhado do gerente de RI, Thiago Lofiego, ele apresentou uma atualização sobre temas estratégicos-chave da mineradora para o curto e longo prazo.

Os principais temas apresentados foram:

  • (i) a estratégia de crescimento tanto para o minério de ferro quanto para os metais comuns;
  • (ii) foco na agenda institucional;
  • (iii) perspectivas do mercado de minério de ferro; e (iv) alocação de capital.

A nova direção reforçou o foco da Vale em atingir uma produção de 340mt-360mt de minério de ferro até 2026, visando aumentar a participação dos produtos de alta qualidade e substituir os volumes de sílica.

O novo CEO está confiante de que a empresa será capaz de acelerar a implementação de sua estratégia, reduzindo o abastecimento de terceiros, produzindo pellet e briquetes em plantas de concentração e aglomeração, e envolvendo-se em parcerias Mega Hub.

O início de novos projetos como Vargem Grande (capacidade de ~15mt, com metade substituindo volumes de alta sílica), Capanema (~15mt) e S11D + 20 (20mt) também deve contribuir para melhorar a qualidade do portfólio de minério de ferro da Vale.

Saiba mais

A administração observou que a capacidade adicional em Carajás depende da resolução de questões regulatórias, como o decreto sobre cavernas. Além disso, Gustavo Pimenta está confiante de que a trajetória da aceleração da eficiência operacional deve se tornar mais evidente e reforçar o compromisso da Vale em trazer C1 abaixo do nível de US$ 20/t.

O crescimento de VBM é desejado, com uma preferência relativa para o cobre sobre o níquel. Parece que o cobre consolidou sua posição preferencial dentro das prioridades de crescimento da Vale, com a administração observando seu foco estratégico no crescimento e alcance da produção de 500kt até 2028+, impulsionado pelo crescimento orgânico (por exemplo, Salobo 3.5 e IV) e parcerias estratégicas que poderiam alavancar os direitos exploratórios/depósitos existentes da empresa e o know-how dos parceiros em uma operação de cobre.

Enquanto a Vale vê o cobre como uma área de crescimento, a otimização dos ativos de níquel é priorizada sobre a expansão, provavelmente devido às tendências de mercado menos atraentes, embora esteja confiante no papel do níquel na transição energética.

Vale foca na agenda institucional

Gustavo Pimenta colocou a melhoria das relações institucionais da empresa como uma das principais prioridades durante seu mandato. Ele enfatizou a necessidade de agilizar o processo de licenciamento com agências governamentais locais e estaduais, bem como para garantir aprovações regulatórias.

A Vale está trabalhando em iniciativas para acelerar os processos de licenciamento por meio de parcerias com ONGs e autoridades locais (ou seja, fornecendo acesso à tecnologia e sistemas de gestão, realizando pré-triagem para novos processos).

Quando se trata do acordo de Mariana, Gustavo Pimenta vê um bom momento para todas as partes envolvidas e é cautelosamente otimista de que ele possa ser anunciado até o final de outubro.

Em relação ao decreto sobre cavernas, a empresa observou que a discussão técnica está concluída e é otimista de que uma resolução possa ser alcançada nos próximos 6-12 meses.

As perspectivas de médio/longo prazo para o mercado de minério de ferro são favoráveis. Gustavo Pimenta é menos pessimista sobre a economia da China, esperando estímulo do governo para estabilizar o setor imobiliário e apoiar a demanda.

O Sudeste Asiático (ex China) representa uma oportunidade de crescimento para a demanda por minério de ferro, com um aumento projetado da demanda nos próximos anos.

Simandou e alguns outros projetos devem aumentar a oferta global nos próximos anos, mas a administração apontou que o esgotamento (por exemplo, Austrália e Brasil) poderia ter um efeito material no balanço da indústria, observando que 150 mt está potencialmente saindo do mercado nos próximos dois anos e possivelmente 400 mt até o final da década.

O crescimento da demanda por produtos aglomerados e os prêmios associados fazem parte do cenário de base da Vale,
esperando um equilíbrio apertado entre oferta e demanda para esses produtos diferenciados (ou seja, disponibilidade limitada, tecnologia de produto e contribuição para a transição verde).

Lema de disciplina de capital

Gustavo Pimenta pretende manter sua política de dividendos e continuar com as recompras de ações. O foco está na utilização eficiente do capital, particularmente porque a empresa gerencia seu programa de investimentos de US$ 6.5 bilhões e níveis de dívida líquida expandidos.

Quando se trata do objetivo de dívida líquida expandida, a nova gestão da Vale não vê a necessidade de rever sua meta de US$ 10 bilhões-US$ 20 bilhões e com confiança observou que a empresa não deve atingir uma dívida líquida acima de US$ 20 bilhões. No entanto, os dividendos e recompras extraordinários devem ser condicionados aos níveis de dívida líquida expandida.

Em relação às fusões e aquisições, a gerência reiterou sua atenção exclusiva para oportunidades de ativos leves e complementares, uma vez que os múltiplos estratégicos de avaliação de fusões e aquisições são pouco atraentes hoje.

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