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Vale tem recomendação de compra diante de cenário mais positivo

O Banco Safra elevou a recomendação da Vale (VALE3) para Compra, ajustando o preço alvo da ação em 12 meses de R$ 68 para R$72

Operação de transporte de minério de ferro

Reunião do Congresso Nacional do Povo, na China, em 5 de março, pode ser bem recebido pelo mercado, beneficiando as ações da mineradora brasileira | Foto: Getty Images

O Banco Safra elevou a recomendação da Vale (VALE3) para Compra, ajustando o preço alvo da ação em 12 meses de R$ 68 para R$72. O banco vê um cenário mais positivo para a produção e custos da empresa, que, juntamente com prêmios de minério de ferro potencialmente mais altos, poderiam compensar os preços mais fracos do minério de ferro – que foram a principal razão para nosso downgrade em dezembro passado.

Agora, não apenas a perspectiva operacional da empresa parece ter melhorado, mas também a perspectiva de que o resultado da reunião do Congresso Nacional do Povo, na China, em 5 de março, pode ser bem recebido pelo mercado, beneficiando as ações da mineradora brasileira.

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Os especialistas do Banco Safra acreditam que o valuation relativamente barato da Vale em comparação com as grandes empresas australianas, o leve posicionamento dos investidores e seu desempenho recente inferior aos preços do minério de ferro apoiam a tese de investimento na ação da empresa.

Finalmente, mesmo que a tese não se confirme e os preços do minério de ferro continuem acima de US$100/t, o Safra avalia que a gestão da Vale manterá uma abordagem mais amigável aos acionistas em relação a dividendos extraordinários ou recompra de ações.

As fortes entregas da Vale em produção e custo devem continuar em 2025, à medida que a aceleração das operações em toda a empresa abre caminho para números sequencialmente melhores e um mix de vendas potencialmente mais rico.

Além disso, a Vale está barata, na avaliação do Safra, negociando a 3,2x com base no EBITDA estimado de US$16,2 bilhões para 2025 (desconto de 11% em relação à sua média de 5 anos), com um rendimento de fluxo de caixa livre de 37% em 2025-27.

Esses números se destacam em comparação com a média de EV/EBITDA dos pares australianos de 5,2x e 10% de fluxo de caixa livre acumulado em 2025-27. A Vale negocia com um desconto de 30% no EV/EBITDA em relação aos pares com base no consenso da Bloomberg, e o Safra avalia que os rendimentos superiores podem levar a uma reavaliação dos múltiplos da empresa em direção à nossa suposição de desconto justo de 20%.

Finalmente, embora o Safra considere que dividendos extraordinários adicionais possam ser prejudicados por uma dívida líquida expandida acima de US$15 bilhões até o final de 2027, os comentários mais recentes da gestão sobre o tópico deixaram os analistas do Safra mais otimistas de que mais retornos aos acionistas podem se materializar se os preços do minério de ferro permanecerem altos.

O Safra mantém a postura negativa sobre os preços do minério de ferro apresentados na última atualização em dezembro, pois continua a ver fracas perspectivas de crescimento para o mercado imobiliário chinês (apesar das leituras marginalmente mais fortes nos dados recentemente divulgados), baixa lucratividade dos siderúrgicos, altos estoques e confiança econômica contida.

Mudanças na China beneficiam a Vale

Além disso, a mudança da China para um novo modelo de crescimento baseado no consumo apresenta desafios adicionais para uma recuperação nos gastos com infraestrutura, enquanto o aumento da oferta proveniente de novos projetos (por exemplo, projetos da Vale e Simandou) e da Austrália (considerando a retomada dos níveis de produção normalizados após o recente ciclone) deve enfraquecer o equilíbrio de oferta e demanda.

Dito isso, o Safra espera que os preços do minério de ferro caiam para US$90/t até o terceiro trimestre de 2025.

Em 5 de março, a sessão do Congresso Nacional do Povo formalizará as prioridades econômicas definidas durante a reunião com os principais formuladores de políticas em dezembro, que delineou um quadro proativo para enfrentar os desafios econômicos domésticos.

Embora os formuladores de políticas provavelmente se concentrem no consumo, o Safra avalia que os investidores podem escolher a Vale para transmitir uma mensagem otimista devido às suas valuations descontadas.

Decisões que podem agradar aos mercados:

  • (i) uma meta de crescimento do PIB de 5% para 2025, enquanto o consenso estima um crescimento de 4,5% para a economia no ano;
  • (ii) um déficit fiscal de 4% do PIB;
  • (iii) diretrizes para a reforma do lado da oferta 2.0 no aço; e
  • (iv) uma abordagem mais abrangente para o setor imobiliário.

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