Investidores estão otimistas com ações do varejo e farmácias
Banco Safra continua a preferir nomes com melhor impulso de ganhos combinados com avaliações atraentes, impulsionadores de crescimento claros e alavancagem sólida
01/10/2024Investidores dos setores de varejo e farmacêutico mostram-se mais otimistas sobre o desempenho das empresas, mas também mostram-se preocupados com as perspectivas e avaliações de um cenário macro mais difícil no aspecto das contas públicas e alta dos juros.
Neste cenário, o Banco Safra continua a preferir nomes com melhor impulso de ganhos combinados com avaliações atraentes, impulsionadores de crescimento claros e alavancagem sólida: GMAT, CEAB, LREN e PNVL.
As avaliações são resultado da J. Safra Conference 2024, realizada dias 24 e 25 de setembro, com debates e reuniões com investidores e empresas. O evento discutiu perspectivas para os setores com a participação da alta administração de 21 empresas farmacêuticas e de varejo (AZZAS 2154, Guararapes, C&A, Grupo SBF, Vivara, GPA Brasil, Smart Fit, Assaí, Casas Bahia, RD Saúde, Magalu, Grupo Carrefour Brasil, Grupo Mateus, Natura, Petz, Lojas Quero-Quero, Vulcabras, Blau, Alpargatas, Espaço Laser e Nissei).
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Os participantes discutiram as tendências atuais e futuras e explorar o novo cenário macro, que se apresenta como um desafio para o varejo em geral em comparação com os períodos recentes, principalmente devido ao aumento das taxas de juros (especialmente para os que possuem
balanços alavancados).
Por outro lado, as revisões em alta do PIB e os números que mostram pleno emprego (desemprego de 6,6%) devem impulsionar o consumo pelo menos a curto prazo, apesar do ainda alto nível de renda comprometido com o serviço da dívida.
O feedback dos investidores que participaram da conferência foi misto, segundo o Safra. Por um lado, investidores mostraram-se mais otimistas sobre o desempenho das empresas (esperado para ASAI e CRFB devido a um cenário competitivo mais difícil) e, por outro lado, eles também estavam preocupados com as perspectivas e avaliações atuais na parte posterior de um cenário macro mais difícil (política fiscal do governo e aumento das taxas de juros).
O Safra destaca que continua a preferir nomes com melhor impulso de ganhos combinados com avaliações atraentes, impulsionadores de crescimento claros e alavancagem sólida: GMAT, CEAB, LREN e PNVL.
Embora os representantes da LREN e da PNVL não tenham participado da conferência, o Safra espera que as empresas publiquem resultados
positivos nos próximos trimestres.
Pontos positivos
- (i) Grupo Mateus. A empresa deve manter o seu rápido ritmo de crescimento, alimentado pela combinação de uma dinâmica positiva de Vendas de Mesmas Lojas e expansão da pegada. Vale ressaltar que as Vendas de Mesmas Lojas positivas implicam em ganhos de market share, atestando sua grande execução, que é exatamente o oposto dos demais players listados como Assaí e Atacadão (CRFB3) que estão enfrentando um cenário competitivo desafiador, principalmente no estado de São Paulo.
- (ii) C&A Brasil. No 3T24, o Safra espera que a empresa tenha um EBITDA positivo no segmento de serviços financeiros, o que deve mostrar uma melhoria nas taxas de inadimplência, com formação estável de inadimplência e maior rendimento da carteira. No varejo, o Safra espera que o sólido desempenho de vendas continue, devido à boa aceitação das coleções e a implementação da metodologia push-pull nas lojas. No lado da margem, a empresa deve continuar a relatar expansão da margem bruta devido à redução de descontos e vendas a preço integral.
Destaque negativo
- (i) Assaí. A empresa deve ver uma desaceleração nas Vendas de Mesmas Lojas no 3T24, pois a inflação dos alimentos está se desacelerando e o rendimento do consumidor ainda é significativamente afetado pela alavancagem. Além disso, o cenário competitivo deteriorou-se devido ao processo de maturação das recentes aberturas/conversões por jogadores listados e não listados. As taxas de juros mais altas também pressionam os gastos financeiros atuais, o que deve levar a empresa a se concentrar em um plano de desalavancagem mais rápido que inclua redução de investimentos, impactando negativamente o plano de abertura de lojas de curto prazo.