Variante indiana do vírus chega de navio ao Brasil
Secretaria de Saúde do Maranhão confirma casos de contágio com cepa indiana em tripulantes de navio mantido em quarentena
20/05/2021O governo do Maranhão confirmou nesta quinta-feira, 20, os primeiros casos no Brasil de covid-19 provocado pela variante do coronavírus B.1617, originada na Índia.
O diagnóstico inicial foi em um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís na sexta-feira passada, 14. Ele era um tripulante do navio MV Shandong da ZHI, embarcação que veio da África do Sul.
A notícia foi dada pela Secretaria de Comunicação (Secom) após coletiva de imprensa realizada nesta manhã com o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula. A Secretaria de Saúde do Maranhão confirmou que outros tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, diagnosticados com covid-19, também tem a variante indiana do coronavírus.
Mais dois tripulantes estão com sintomas
Em postagem em suas redes sociais, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, afirmou que as seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa. No entanto, apenas um dos homens, em estado grave, está em São Luís, internado em um hospital privado. Outros dois receberam alta e voltaram ao navio e 14 foram diagnosticados com covid-19 e permaneceram no navio por estarem com sintomas leves ou estarem assintomáticos.
“A equipe que atendeu a tripulação se deslocou por via aérea, foi testada antes e depois da ação e permanece em isolamento. Os demais profissionais em contato com o paciente estão sendo monitorados e testados. Informo, ainda, que já iniciamos a vacinação dos profissionais da área portuária”, escreveu Lula em suas redes sociais.
O navio, que navega com bandeira de Hong Kong, mas tem vários tripulantes indianos, saiu da África do Sul no dia 21 de abril e chegou ao Maranhão no dia 8 de maio. O navio está ancorado na área de fundeio do porto de São Luiz, foi colocado em quarentena e não recebeu autorização para atracar.
Preocupação global
Médicos e cientistas têm demonstrado preocupação com a variante indiana B.1617, que teria capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus. Ela foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “preocupação global”. (AE)