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Veja como funciona a Janssen, a vacina de dose única que chegou ao Brasil

Imunizante de vetor viral foi aprovado em 44 países, mas, no Brasil, não será aplicado em todos os grupos. Entenda

Vacina da Janssen

Contrato do Brasil com a farmacêutica prevê a importação de 38 milhões de doses até o final do ano | Foto: Divulgação

O Brasil recebeu 1,5 milhão de doses da vacina da farmacêutica Janssen na terça-feira, 22. A vacina produzida pelo laboratório pertencente à Johnson & Johnson é a única das sete aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que funciona com apenas uma aplicação. Dois dias depois, os EUA entregaram mais 3 milhões de doses no país.

A vacina foi testada com sucesso em 44 países e também no Brasil. Os testes foram realizados em mais de de 40 mil pessoas. A vacina apresentou eficácia de 72% nos Estados Unidos, de até 68% no Brasil e de até 64% na África do Sul, após a aplicação com a dose única. 

Saiba também

Voluntários dos testes da vacina Janssen realizados no Brasil disseram ao Especialista que não sentiram efeitos colaterais após receber o imunizante. Assim que houve a confirmação da presença de anticorpos, foram dispensados pelos médicos de participar do Programa Nacional de Vacinação.

Os testes foram realizados no começo de 2021. Todos os dias, a farmacêutica faz contato com os voluntários para obter dados sobre o estado de saúde dos dois.

As duas pessoas (um idoso e uma jovem com obesidade mórbida e pressão alta) continuam usando máscaras e seguindo os protocolos de proteção, mas voltaram a trabalhar. Até o resultado do teste da vacina dos voluntários, ambos não saíam de casa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dose única da Janssen tem eficácia global (média do resultado de todos os estudos clínicos feitos no mundo) de 66,9% contra infecções com sintomas, de 76,7% contra doença grave e morte após 14 dias da aplicação e de 85,4% após 28 dias de imunização.

Validade da Janssen foi estendida pela Anvisa

No Brasil, o uso emergencial da vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 31 em março. O FDA (Food and Drug Administration dos Estados Unidos) liberou o uso em fevereiro. A entrega desse primeiro lote da vacina estava prevista para o dia 15.

A Anvisa prorrogou a data de validade do imunizante de três para quatro meses e meio As doses que chegaram no Brasil (metade das 3 milhões anunciadas pelo Ministério da Saúde), valem, agora, até 8 de agosto. Ainda não foi anunciada a inclusão no calendário vacinal.

“Embora a vacina tenha manutenção em temperaturas de 2 a 8 graus celsius, que é temperatura de geladeira, depois de aberta, ela dura apenas seis horas, depois desse período, precisa ser desprezada”, explica a imunologista Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “O controle dela é mais rígido do que as vacinas inativadas, como a Coronavac.”

O contrato do governo brasileiro com a farmacêutica prevê a importação de 38 milhões de doses até o final do ano.

Como a Janssen funciona no corpo

A Janssen é produzida por meio de vetores: o vetor é um adenovírus humano que transporta uma parte do código genético do coronavírus para dentro da célula. Com esse ‘gatilho’, em 28 dias o corpo humano atinge a melhor eficácia da vacina.

Os testes globais também tiveram baixos índices de efeitos colaterais e índices muito baixos de efeitos adversos.

É segredo industrial do fabricante o alcance da imunização prolongada com apenas uma aplicação de 0,5 ml do imunizante no organismo humano, mas é comprovado que ele completa o ciclo vacinal que as demais concluem com duas doses.

O que se sabe é que a vacina usa a plataforma de vetor viral, a mesma da AstraZeneca e da Sputnik.

Os imunizantes dessa plataforma no Brasil, não serão aplicados em grávidas e mulheres que tiveram bebês em até 45 dias. Como a inglesa AstraZeneca e a russa Sputnik. Em outros países, embora não haja teste feito com gestantes, as grávidas estão recebendo normalmente a vacina

Grávidas e puérperas seguem sendo vacinadas com Coronavac e Pfizer, de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil.

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