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Vendas do varejo crescem pelo quinto mês consecutivo

Comércio varejista tem expansão de 0,1% em maio, puxado pela venda de livros e produtos farmacêuticos. Resultado, porém, mostra desaceleração do setor

Mulher sorrindo passando o celular em máquina de cartão em livraria com mulher do outro lado do balcão, alusivo às vendas do varejo em maio

Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE em maio, a alta mais intensa foi a de ‘Livros, jornais, revistas e papelaria’, com crescimento de 5,5% | Foto: Getty Images

O volume de vendas do varejo no País variou 0,1% em maio, na comparação com o mês anterior, registrando a quinta taxa consecutiva no campo positivo: – 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril.

Com isso, o patamar do setor está 6,0% acima do menor patamar dos últimos meses, que foi em dezembro de 2021. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,8% e nos últimos 12 meses, queda de 0,4%.

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Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Este resultado mostra um cenário de estabilidade na passagem de abril para maio. Mas, apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes. Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses”, ressalva o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Entre as oito atividades pesquisadas sobre as vendas do varejo, seis tiveram taxas positivas em maio. A alta mais intensa foi a de Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%).

Em termos de influência, destaque para os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e Tecidos, vestiário e calçados (3,5%) no lado positivo.

Já Móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%) foram os destaques negativos.

“Móveis e eletrodomésticos é uma atividade que não superou seu patamar pré-pandemia, pois ao longo de 2021 teve perdas consideráveis. Durante a pandemia, esses itens tiveram um ganho importante devido às substituições que as pessoas fizeram pelo fato de estarem mais em casa. Após essa demanda extraordinária, esses produtos passaram a ter menos importância no orçamento das famílias, sobretudo eletrodomésticos”, analisa o gerente da PMC.

Ele destaca que, no setor de artigos farmacêuticos, o crescimento do volume foi ancorado na indústria farmacêutica, e menos no segmento de perfumaria.

“Esse já é o segundo mês consecutivo de alta, e coincide com os reajustes do setor, nos meses de abril e maio”, explica. “No caso de vestuário e calçados, tivemos alguns meses de crescimento especialmente vinculado ao setor de calçados e tênis esportivos, com todos os meses com variações no campo positivo”, complementa Santos.

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Impacto da inflação nas vendas do varejo

Outros destaques são os setores que sofreram o impacto da inflação. Houve um aumento de 0,4% na receita versus uma variação de 0,1% no volume, uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral. Só que em alguns setores o impacto inflacionário foi verificado com maior intensidade.

“O setor de combustíveis e lubrificantes vem, há alguns meses, com indicadores de receita muito maiores do que os de volumes. De abril para maio, a receita do setor subiu 3,5% enquanto o volume cresceu 2,1%.

Outras atividades como a de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria a receita cresceu 5,0% e o volume 3,6%, devido aos reajustes de preços.

Mas o maior exemplo é o setor de supermercados, que de abril para maio cresceu 1% no volume e 4,1% em receita, ou seja, quatro vezes mais, sinalizando sobretudo a inflação dos alimentos”, completa o gerente da PMC.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, as duas atividades também sofrem impacto da inflação. Veículos e motos, partes e peças, apresentou variação de -0,2%, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1% na passagem de abril para maio de 2022.

“O cenário de todos os indicadores do varejo é de perda de ritmo. O indicador da margem, sai de 2,4% em janeiro para 0,1% na passagem de abril para maio. O acumulado do comércio varejista cresce de 1,6% em março para 2,3% em abril e depois cai para 1,8% em maio, reduzindo a velocidade de crescimento no ano. Já o acumulado em 12 meses, -0,4%, é o primeiro resultado negativo desde setembro de 2017. Nesse indicador, passamos por toda a pandemia com resultados positivos ou nulo como em maio, junho e julho de 2020. Mas não havia ocorrido taxa negativa”, conclui Santos.

Vendas do varejo em maio por Estados

Na passagem de abril para maio, o comércio varejista apresentou resultados positivos em 18 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Minas Gerais (3,6%), Rio Grande do Sul (3,1%) e Roraima (3,1%).

No campo negativo figuram 9 das 27 unidades da federação, com destaque para Rondônia (-2,8%), Rio Grande do Norte (-2,3%) e Tocantins (-2,1%).

Para a mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre abril e maio de 2022 foi de 0,2% com resultados positivos em 15 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Tocantins (3,6%), Rio Grande do Sul (3,5%) e Sergipe (2,5%).

Por outro lado, pressionando negativamente, figuram 12 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Ceará (-5,3%), Amazonas (-3,1%) e Rio Grande do Norte (-3,0%),

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