Gigantes do vestuário surpreendem com resultados positivos no trimestre
C&A e Guararapes apresentam resultados positivos acima das estimativas do Banco Safra nos balanços do segundo trimestre
08/08/2024Dando início aos resultados do segundo trimestre de 2024 para empresas de vestuário, a C&A surpreendeu positivamente, com um EBITDA de 7% acima da estimativa do Banco Safra devido ao crescimento mais saudável da receita bruta de vestuário (+13% a/a ) e sólida expansão da margem EBITDA de 2,6 pps para 19,6% no trimestre.
A C&A Pay continuou a dar suporte à receita bruta, atingindo 26,9% de penetração nas vendas no varejo e registrando um EBITDA negativo de -R$ 4 milhões em um trimestre sazonalmente fraco para serviços financeiros.
O lucro líquido de R$ 58 milhões ficou acima da estimativa do Banco Safra e da faixa de consenso de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões.
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Quanto à Guararapes, a empresa superou as estimativas do Safra de EBITDA também em 7%, principalmente devido aos resultados melhores do que o esperado da Midway (R$ 89 milhões), enquanto os resultados do segmento de varejo estavam em linha com os números do banco.
Avaliação do Safra sobre a C&A e Guararapes
A C&A continua a entregar resultados operacionais sólidos no varejo, com crescimento de vendas surpreendentemente positivo, juntamente com ganhos de margem por trás das iniciativas implementadas anteriormente em direção ao push-pull.
O Safra espera que novas iniciativas, como a “Energia C&A”, voltadas para aumentar a produtividade das lojas, juntamente com um P&L ainda saudável da C&A Pay, levem a resultados sólidos de lucros.
Quanto à Guararapes, o Safra destaca os resultados recentes, com números melhores do que o esperado vindos da Midway, mas o banco reconhece que, no varejo, a empresa permanece atrás de seus pares. Sendo assim, o Safra continua a preferir a C&A, reiteramos a recomendação de Compra para o nome e vê a empresa sendo negociada a 10x 2025 P/L.
CEAB3 tem desempenho sólido de vendas, apesar do inverno mais quente.
A C&A relatou resultados mais fortes do que o esperado, com crescimento total da receita líquida de 11,5% a/a para R$ 1,8 bilhão, 5% acima da estimativa do Safra.
No varejo, as vendas aumentaram 10% a/a e 4,6% acima da estimativa do Safra. Dividindo as vendas por segmento:
- (i) as vendas de vestuário de R$ 1,5 bilhão aumentaram 13% a/a e 4% acima dos números do Safra, apesar da estação mais quente durante o trimestre; e
- (ii) as vendas de fashiontronics e beleza caíram 10,8% a/a e ficaram 12% acima da estimativa do Safra, uma surpresa positiva, pois a empresa continua ajustando seus pontos de venda fechando espaços com margens baixas.
A margem bruta de vestuário de 57,7% foi 127 bps maior a/a (+126 bps acima do número do Safra) e continua a evidenciar as eficiências capturadas da implementação push-pull, com melhor sortimento de produtos e preços dinâmicos.
O EBITDA do varejo de R$ 348 milhões foi 3% acima do número do Safra. A margem EBITDA de 20,4% representou uma expansão de 100 bps a/a em razão dos ganhos de margem bruta, apesar da maior pressão das despesas gerais,
administrativas e com vendas devido aos investimentos em marketing por meio da estratégia “Energia C&A”.
Na visão do Safra, a C&A Pay continua em um caminho para um resultado saudável, apesar da pior sazonalidade, com sólida expansão de crédito de 45% a/a para R$ 1 bilhão no portfólio total, atingindo 27% de penetração nas vendas do varejo.
As perdas no portfólio diminuíram 1,2% a/a para 7,9%, como resultado da maturação da carteira e de uma política consistente de concessão de crédito.
O EBITDA de serviços financeiros de -R$ 4 milhões (vs. nossa estimativa de -R$ 1 milhão) mostrou uma impressão negativa em um trimestre sazonalmente fraco, já que as vendas a crédito no 4T pesaram nas provisões do 2T (conforme discutido em nossos dados mensais do BCB).
Em uma base consolidada, o EBITDA de R$ 360 milhões foi 7% acima dos nossos números e veio 13% acima do consenso.
O lucro líquido ajustado (excluindo ganhos não recorrentes) de R$ 58 milhões ficou acima da nossa estimativa de R$ 38 milhões, principalmente devido aos melhores resultados operacionais.
A dívida líquida total da empresa ficou em R$ 1,1 bilhão (relação dívida líquida/EBITDA de 1,4x) e registrou uma sólida geração de caixa de R$ 433 milhões nos últimos 12 meses.
GUAR3: resultados em linha para o varejo com serviços financeiros surpreendendo positivamente
A Guararapes registrou um trimestre com resultados positivos, com vendas de R$ 2,3 bilhões, alta de 8% a/a e em linha com nossa estimativa.
A receita de produtos veio 4% acima dos números, do Safra principalmente devido ao crescimento das vendas em mesmas lojas acima do esperado de 9% a/a vs. 5% em nossas estimativas.
O destaque positivo continua sendo a contribuição do crescimento do volume em vez do preço. A margem
bruta dos produtos expandiu 130 bps a/a de 50% para 51,3% (praticamente em linha com nossa estimativa) como resultado de uma melhor estratégia de preços, boa aceitação de coleções pelos clientes e maior eficiência.
O EBITDA de mercadorias totalizou R$ 248 milhões, com uma margem de 14,4%, +190 bps a/a e um pouco abaixo da estimativa do Safra de 15%.
No lado dos serviços financeiros, a Midway continuou a surpreender nossos números para cima, explicado por menores provisões no trimestre.
A carteira total caiu 8,6% a/a e as provisões (até 360D) diminuíram 0,6% a/a , atingindo 5,7% no trimestre. A receita líquida chegou a R$ 568 milhões, 3% a/a e em linha com nossos números.
O EBITDA de R$ 89 milhões ficou acima da nossa estimativa de R$ 48 milhões devido a dívidas vencidas menores do que o esperado.
O EBITDA consolidado chegou a R$ 360 milhões, 7% acima do Safra, devido principalmente ao desempenho positivo da Midway.
O lucro líquido de R$ 57 milhões ficou em linha com os números do Safra, impulsionado por despesas financeiras líquidas maiores do que o esperado, apesar do desempenho operacional.
Em relação à alavancagem, a empresa continua fortalecendo seu balanço devido ao melhor desempenho operacional, levando a uma dívida líquida de R$ 905 milhões no 2T24 vs. R$ 1,7 bilhão no 2T23 e a uma sólida relação dívida líquida/EBITDA de 0,9x.