Djokovic é preso pela segunda vez na Austrália
Nas vésperas do torneio de tênis Australian Open, tenista sérvio volta a ser detido por entrar na Austrália sem vacina e mentir sobre escalas anteriores
14/01/2022O tenista número um do mundo, Novak Djokovic, foi detido novamente no centro de detenção em Melbourne, enquanto a justiça decide sobre a sua deportação por ter entrado no país sem ter sido vacinado contra a covid-19 e mentir sobre escalas anteriores à viagem.
O sérvio de 34 anos voltou, neste sábado, 15, ao centro de detenção de imigrantes, onde já esteve detido por cinco dias na semana passada
O governo australiano cancelou seu visto pela segunda vez nesta sexta-feira, mas não prosseguiu com sua expulsão imediata até a decisão do tribunal sobre o recurso interposto pelos advogados do jogador.
O caso está nas mãos de um tribunal federal, depois que o juiz de Melbourne, a quem os advogados do tenista apelaram, se declarou incompetente. Essa mudança pode retardar o procedimento, estimou sua defesa.
De acordo com a documentação apresentada ao tribunal, as autoridades do país oceânico argumentam que a presença de Djokovic “pode estimular o sentimento antivacina” e causar “agitação social”, razões pelas quais solicitam a sua expulsão.
O tribunal realizou neste sábado uma audiência, que Djokovic acompanhou eletronicamente, e outra está marcada para este domingo (16), apenas um dia antes da suposta estreia de Djokovic no Melbourne Park contra seu compatriota Miomir Kecmanovic.
O ministro de Estado australiano disse que o governo está “firmemente comprometido em proteger as fronteiras, particularmente em relação à pandemia de covid-19”.
O tenista número 1 do mundo estrearia no Australian Open, primeiro Grand Slam da temporada, no próximo domingo, 16 (segunda, 17, na Austrália), contra o compatriota Miomir Kecmanovic.
Seus advogados buscam reverter a decisão com uma apelação e conseguiram, em caráter emergencial, uma audiência no Tribunal do Circuito Federal de Melbourne.
Porém, o juiz Antony Kelly se declarou incompetente para julgar o caso e o enviou à Justiça Federal australiana.
“O Sr. Hawke escolheu remover da Austrália um homem de boa reputação e prejudicar sua carreira por causa dos comentários que Djokovic fez em 2020. Ele não tem base racional para dizer que a decisão que toma é para evitar maior sentimento antivacina, que ele está tentando minimizar”, afirmou Nicholas Wood, advogado do tenista.
Na última quarta-feira, 12, Djokovic admitiu ter errado no formulário de imigração ao dizer que havia ficado em isolamento após testar positivo para a doença.
Informações equivocadas prestadas ao governo australiano, inclusive, podem dar até um ano de prisão.
Além de Hawke, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison divulgou uma nota à imprensa sobre o cancelamento do visto de Djokovic.
Segundo a autoridade, a ação do ministro se visa “a saúde e motivos de boa ordem, com base no interesse público”.
“Australianos fizeram muitos sacrifícios durante essa pandemia, e com razão esperam que o resultado desses sacrifícios sejam protegidos.
Odisseia de Djokovic até o cancelamento do visto
Sem ter se vacinado contra a covid-19, Djokovic vive uma odisseia na Austrália desde a primeira semana de janeiro.
O comprovante de imunização é pré-requisito para qualquer viajante entrar no país e participar, inclusive, do Australian Open.
Ao viajar para o país, o atleta alegou ter uma permissão especial da organização do torneio para participar sem comprovar a imunização contra o coronavírus.
Dessa forma, ele publicou nas redes sociais que estava indo para a Oceania com uma permissão especial para participar do torneio.
Assim que desembarcou, ele foi barrado pela imigração australiana e correu o risco de ter o visto cancelado e ser deportado.
Mas na última segunda-feira, 11, um juiz federal concedeu a Djokovic o direito de entrar na Austrália e participar do Grand Slam.