Como aproveitar a volatilidade da carteira de ações recomendada

Quando a leitura dos gráficos fica mais complexa e o consenso ao redor de indicadores importantes começa a ficar muito difuso, a palavra volatilidade vira destaque nos textos sobre o mercado financeiro. É natural inferirmos que em momentos mais tensos, esse índice deve apresentar valores elevados, mas quando os mercados passam por mares menos revoltos, a volatilidade deve ficar mais controlada. Nossa intuição está correta.

A palavra volatilidade possui diversas definições. Na matemática, por exemplo, atribuímos a ideia ao desvio padrão de uma série, ou seja, quanto mais distantes os dados estiverem de sua média, maior a volatilidade. Muitos investidores costumam igualar essa definição para os ativos financeiros, concluindo que uma ação possui alta volatilidade se o seu movimento diário apresentar grandes variações. Apesar dessa ideia não estar errada, não é essa a definição mais importante utilizada no mercado de opções.

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A volatilidade pode ser completamente compreendida como a incerteza com relação ao futuro. Quando os agentes de mercado estão muito divergentes com as expectativas de uma empresa, a volatilidade desse papel tende a aumentar, diferente de um cenário com perspectivas mais claras. Reparem que não comentamos se as perspectivas são boas ou ruins e, sim, se elas são certas ou incertas. Por mais contra intuitivo que pareça, o mercado atribui menos volatilidade a uma perspectiva ruim, mas clara, do que uma boa perspectiva incerta.

Apesar de sempre trazer um tom negativo, devemos entender que a volatilidade é um indicador extremamente importante na vida dos investidores, podendo ajudá-los a aumentar seus ganhos no longo prazo. O mais interessante é que existem estruturas que se beneficiam de um cenário com maior volatilidade e outras que são mais propícias para momentos mais calmos.

Sendo bastante pragmático, quando a volatilidade de um ativo está alta, o melhor a se fazer são as estruturas de renda. As taxas obtidas em um financiamento, por exemplo, aumentam consideravelmente nesses casos. Outra estratégia que se beneficia desse cenário é a Collar Kin (e suas variações), pois a alta volatilidade ajuda os limitador do ganho a aumentar. Do outro lado da moeda, as estruturas de alavancagem, como a compra de uma opção de compra, são mais atraentes quando a volatilidade não está muito elevada.

Volatilidade das ações recomendadas

Nunca esquecendo que antes de qualquer investimento, devemos analisar a qualidade dos papéis escolhidos, vamos nos basear nos principais papéis da nossa carteira recomendada, listar as volatilidades e buscar as melhores oportunidades:

JBSS3: Volatilidade do papel está historicamente muito baixa. Devido as boas perspectivas do papel, recomenda-se a compra de calls para alavancagem.

VALE3 e PETR4: Ambos os papéis possuem ótimas perspectivas e volatilidade interessante. Uma forma de aproveitar os movimentos futuros é através da Spider Up, que, além de possuir capital protegido, possui alavancagem bidirecional.

ITUB4 e BBAS3: Assim como todo o setor bancário, a volatilidade está muito baixa. Apesar do financiamento não ser a primeira escolha, a venda de uma opção de compra fora do dinheiro pode ajudar a rentabilizar, mantendo a posição. Para entradas novas, recomenda-se com a proteção da Collar Kin.

RRRP3: Apesar do papel possuir boas perspectivas, sua volatilidade pode ser considerada alta para alguns perfis de risco. Para investidores mais dinâmicos, o financiamento é uma ótima alternativa, para os conservadores, recomendamos que utilizem a proteção de 100% da Collar Kin.

Quando montamos uma estrutura de derivativos, devemos conseguir separar os retornos esperados da qualidade do ativo. A melhor operação é a que consegue aliar boas taxas com ótimas perspectivas.