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Guerra pressiona cotação do petróleo e mercado reage à fala de Powell

Bolsas reagem à declaração do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre possibilidade de nova alta de juros nos EUA

Petroleo

O Ibovespa apresentou leve queda de -0,12% no último pregão, cotado a 119.034,14 pontos | Foto: Getty Images

Bolsas na Europa operam no campo negativo. Em discurso ontem, Jerome Powell afirmou que o BC americano poderá aumentar ainda mais os juros caso os dados não mostrem desaquecimento da economia do país. Agenda do dia conta com dado de sentimento da Universidade de Michigan e falas de dirigentes do Fed de Dallas e Atlanta.

Petróleo apresenta alta, mas deve encerrar a semana em queda com preocupações sobre demanda global e redução do prêmio de risco de guerra (USD80,8/b; +1,01%)
Minério de ferro apresenta alta com melhores perspectivas para a economia chinesa (USD126,5/t; +1,06%)

Empresas:

O Ibovespa apresentou leve queda de -0,12% no último pregão, cotado a 119.034,14 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 119.600 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.600 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 112.500. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,58% no último pregão, cotado a 4.947,50 pontos. O ativo testa um suporte anterior e se encontra em tendência de baixa no médio prazo e neutra no curto. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.880 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.810. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.090 e a segunda em 5.220.

Doméstico:

Divulgação do IPCA de outubro é destaque da agenda de indicadores local, número deve mostrar uma alta de 0,29% na comparação mensal. Balanços de Petrobras e Bradesco devem movimentar o mercado no dia.


Petrobras: Cia estaria avaliando elevar o investimento para US$ 100 bilhões nos próximos cinco anos, informou o Estado
Gol: Oferta total (ASK) caiu 1,2% e demanda para voos (RPK) cresceu 2,6% em outubro na comparação anual; taxa de ocupação no mês foi de 84,5%.
Unipar: Cia registrou lucro líquido de R$ 189,9 milhões no 3TRI, queda de 4% na comparação anual; Ebitda somou R$ 282,5 milhões, queda de 56,8% em relação ao mesmo período de 2022.
Trisul: A Cia registrou lucro líquido de 22,9 milhões no 3TRI, alta de 127,3% na comparação anual.

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – IPCA/Outubro
12:00 – EUA – Sentimento Universidade de Michigan/Novembro
Balanços: Ânima, Enauta, M Dias Branco

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 119.034 (-0,12%)
S&P: 4.347 (-0,81%)
Dólar Futuro: R$4,94 (+0,58%)

Atualizações Safra:

Petrobras: Resultados do 3T23 – Maior produção e menor capex… em 2023

A Petrobras apresentou resultados do 3T23 em linha com nossas expectativas, reportando um EBITDA ajustado de R$ 66,9 bilhões (+13% T/t), em linha com nossa projeção, já que o EBITDA de E&P abaixo do esperado foi compensado por resultados de refino melhores que o esperado. Este desempenho reflete uma dinâmica favorável em preços e volumes nos segmentos de E&P e downstream, conforme detalhado em nosso relatório preliminar. O lucro líquido foi 6% menor do que o esperado e caiu 7% no trimestre, para R$ 27,2 bilhões, já que o aumento nas despesas financeiras líquidas, principalmente devido a um dólar mais forte no terceiro trimestre, compensou o impacto positivo do bom desempenho operacional e menores despesas tributárias. Digno de nota é a revisão para cima da Petrobras de sua orientação de produção para 2023 para 2,8 milhões de boepd (de 2,6 milhões de boepd) simultaneamente com uma redução no investimento esperado para US$ 13 bilhões (abaixo dos US$ 16 bilhões) para o ano. Esta é uma notícia positiva para o potencial de dividendos deste ano, pois pode se traduzir em um valor adicional estimado de R$ 0,50/ação. A Petrobras também anunciou dividendos para o trimestre em linha com o payout mínimo e equivalente a um rendimento de 3,9%. Acreditamos que a atenção agora deveria estar voltada para o anúncio do novo plano de investimentos de cinco anos da empresa no final deste mês.
Novo guidance para 2023. Seguindo o bom desempenho no 3T23 e considerando as expectativas de ramp-up e novos poços no 4T23, a Petrobras revisou para cima seu guidance de produção de 2023 para 2,8 milhões de boepd (de 2,6 milhões de boepd). Além disso, a orientação de investimentos para o ano foi revisada para US$ 13 bilhões, de US$ 16 bilhões, principalmente devido aos menores gastos com E&P devido ao ambiente desafiador enfrentado pelos fornecedores após o crescimento na demanda por equipamentos pela indústria de petróleo e gás. O Capex nos 9M23 totalizou US$ 9,1 bilhões.
Dividendos. A Petrobras anunciou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio de R$ 17,5 bilhões. O valor bruto equivale a R$ 1,34/ação (R$ 1,28 líquido de impostos) e rendimento de 3,9% (3,7% líquido de impostos). Esse valor é compatível com o payout mínimo previsto na política de dividendos da companhia de 45% do fluxo de caixa livre do trimestre e é líquido dos R$ 974 milhões de recompras de ações realizadas no período. O pagamento será feito em duas parcelas, nos dias 20 de fevereiro e 20 de março, e as ações passam a ser negociadas ex-dividendos a partir de 22 de novembro.

IRB (Re): Resultados do 3T23 – Passo a passo

Vista Safra. Neutro para as ações. O IRB (Re) permanece em sua trajetória de recuperação, reportando outro resultado trimestral positivo, em linha com a nossa estimativa, mas abaixo do consenso do mercado. Acreditamos que a empresa continua no caminho certo, mas continuamos cautelosos quanto ao nome, considerando os lucros ainda baixos e a redução dos premios. Além disso, ainda nos falta visibilidade sobre o nível de crescimento e retorno que o IRB poderia proporcionar a longo prazo. Reiteramos nosso rating Neutro no IRBR3 e preço alvo de R$51/ação.

Rumo: Resultados do 3T23 – Superando nossas estimativas otimistas

A Rumo reportou bons resultados no 3T23. O bom desempenho da receita da empresa foi explicado principalmente por rendimentos saudáveis e volumes recordes transportados em suas ferrovias, juntamente com custos mais baixos impulsionados pela queda nos preços do diesel, o que levou seu EBITDA ajustado a aumentar 27% A/a, para R$ 1,8 bilhão. Como resultado da melhoria operacional e do menor crescimento de suas despesas financeiras, o lucro líquido da empresa aumentou 56% A/a e 189% T/t, para R$ 483 milhões, permanecendo 15% acima da nossa estimativa.
Em suma, o faturamento da Rumo atingiu R$ 3,2 bilhões (+7,6% A/a, +14,9% T/t, mas 2% abaixo da nossa estimativa), impulsionado por tarifas saudáveis, além de uma boa safra de milho, que elevou o volume embarcado da Rumo ao seu alta de todos os tempos. Destacamos (i) aumento de 4,4% A/a nos volumes expedidos, para 21,2 bilhões de TKU. O resultado foi impulsionado pelos maiores volumes de açúcar e milho (+9,6% A/a e +8,4% A/a, respectivamente), que compensaram a queda nos volumes de soja (-9,6% A/a). Além disso, a melhoria da situação de ocorrências criminais na Baixada Santista (cidade de Santos, no estado de São Paulo) permitiu à empresa aumentar sua eficiência. Como resultado, os volumes das suas operações no Norte aumentaram 5,6% em termos homólogos, para 16,5 mil milhões de TKUs, parcialmente compensados pelas operações no Sul, cujo volume caiu 1,1% em termos homólogos, para 3,6 mil milhões de TKUs; e (ii) aumento de 10% A/a no rendimento médio para R$ 138/TKU, apesar da queda de 39% A/a nos preços do diesel no período, devido à maior competitividade do modal ferroviário.

Eztec: Resultados do 3T23 – Trimestre abaixo da média, em linha com estimativas

A Eztec apresentou um resultado fraco como esperado no 3T23, correspondendo à nossa previsão em geral. O maior volume de distratos de unidades mais próximas da entrega pressionou seu faturamento, o que, aliado a menores ganhos de equivalência patrimonial e pior resultado financeiro (ajuste negativo do IGP à carteira de recebíveis diretos), se traduziu em um ROE anualizado inferior a 3%.
Em suma, mantemos a nossa classificação de Compra para EZTC3. A empresa está negociando a um atraente P/VP de 0,7x 2024E, 45% abaixo de sua média histórica de 5 anos, e continuamos confiantes de que o balanço patrimonial sólido da Eztec deve resistir a qualquer vento contrário macro. Dito isso, a Eztec ainda mantém um dos mais altos níveis de estoque do setor – 23 meses de vendas dos últimos 12 meses, o que pode continuar pressionando seus futuros lançamentos.

Plano & Plano: resultados do 3T23 – Trimestre sólido gerando um ROE de 51% e rendimento FCF de 20%

Plano & Plano reportou excelentes resultados no 3T23, ficando acima de nossas estimativas em geral. O forte desempenho de vendas dos últimos trimestres, juntamente com uma maior parcela de unidades vendidas mais perto da entrega (maior reconhecimento de PoC), impulsionou a impressionante expansão de receita de 39% em relação ao ano anterior, compensando totalmente as margens mais baixas do estoque mais antigo vendido, ao mesmo tempo que se traduz em um excelente ROE anualizado de 51% e rendimento FCF de 20%.
Em suma, reiteramos a nossa classificação de Compra para PLPL3, que continua a ser a nossa escolha preferida no segmento. Embora suas ações tenham subido +167% no acumulado do ano, PLPL3 ainda está sendo negociado a um atraente P/L de 7,1x 2024E, enquanto estimamos um lucro líquido 2022–25 CAGR de 37% e ROE médio de 43%. Além disso, ainda acreditamos que é uma das empresas mais bem posicionadas atuando no segmento de baixa renda, principalmente devido ao seu longo histórico de empreendimentos rentáveis e à exposição da empresa à cidade de São Paulo, a economia mais dinâmica do país.

Sabesp – Resultados do 3T23: Bons resultados operacionais, dentro do esperado, com melhora da inadimplência

A Sabesp reportou EBITDA de R$ 2.409 milhões (incluindo outras despesas), aumentando 13,0% A/a e ficando 1,5% acima das estimativas da J.Safra (+1,7% vs. consenso), principalmente como resultado do bom desempenho de volumes, aumentos tarifários e desempenho de custo decente. O lucro líquido atingiu R$ 846 milhões (queda de 21,7% A/A devido aos ganhos cambiais no 3T22), 3,9% acima da nossa estimativa e +1,4% vs. Esperamos uma reação ligeiramente positiva do mercado, uma vez que os resultados confirmaram a tendência positiva para linhas de custos gerenciáveis.
Vemos os resultados do 3T23 da Sabesp como sólidos e um pouco acima das expectativas, com importantes iniciativas de custos começando a gerar melhorias nas margens. Mantemos o rating de Compra da Sabesp, baseado principalmente em sua avaliação. Acreditamos que o tema privatização representa um potencial gatilho de curto prazo para a valorização das ações, ao mesmo tempo que vemos a empresa negociando em múltiplos atrativos (0,8x EV/RAB e 13% TIR real).

PetroReconcavo: Resultados do 3T23 – Resultados ainda ofuscados por problemas de infraestrutura de terceiros

A PetroReconcavo reportou bons resultados no 3T, embora ainda prejudicada por problemas operacionais na infraestrutura de terceiros, que continuaram a restringir a produção e levaram a maiores despesas de logística e armazenamento. Dito isto, os resultados da PetroReconcavo refletem as tendências delineadas no nosso relatório preliminar. O EBITDA de R$ 377 milhões foi 18% maior no trimestre, mas ficou abaixo de nossa estimativa de R$ 395 milhões em 5%, já que a receita líquida de R$ 748 milhões (+14% no trimestre) foi 6% menor do que nosso valor de R$ 795 milhões devido à redução vendas acima do esperado no ativo Potiguar, que foram parcialmente compensadas por despesas operacionais abaixo do esperado. O lucro líquido de R$ 145 milhões foi 19% menor no trimestre, principalmente devido ao efeito negativo das flutuações cambiais no 3T23 versus uma impressão positiva no 2T23. Também foi 10% inferior à nossa previsão, refletindo a perda de resultados operacionais, uma vez que a depreciação superior ao esperado foi compensada por despesas fiscais inferiores ao previsto.

CPFL: Resultados do 3T23 – Resultado sólido do braço de distribuição

A CPFL reportou EBITDA de R$ 3.134 milhões (aumento de 5,7% A/a), 1,4% acima da nossa estimativa e 10,7% acima do consenso. Ajustando o EBITDA para excluir R$ 38 milhões da atualização financeira dos ativos financeiros das concessões (VNR), R$ 44 milhões de baixas de ativos, R$ 115 milhões de despesas não recorrentes judiciais, chegamos a R$ 3.255 milhões, 5,3% acima da nossa estimativa e 15% acima do consenso. A empresa apresentou bons resultados em seu braço de distribuição, principalmente devido ao bom desempenho do PMSO e volumes melhores que o previsto em nossos modelos.
Esperamos uma reação positiva aos resultados dada a qualidade dos principais drivers de valor da distribuição (principalmente um bom controle de custos), que mais do que compensou o aumento das perdas. Além disso, acreditamos que a empresa poderá distribuir bons dividendos nos próximos meses, considerando os seus baixos níveis de alavancagem. Reiteramos nossa classificação de Compra para CPFL. A empresa detém atuação de alta qualidade nos segmentos de distribuição, transmissão e geração.

Locaweb: Resultados do 3T23 – Resultados fracos, mas com tendências melhores para os próximos trimestres

A Locaweb reportou um conjunto fraco de resultados no 3T23. Do lado negativo, o crescimento das receitas continua a desacelerar e a margem EBITDA encolheu neste trimestre. Porém, o que nos anima é que a margem EBITDA das empresas adquiridas ficou em terreno positivo pela primeira vez neste trimestre. Além disso, olhando para os próximos trimestres, estamos otimistas com o potencial impacto de diversas iniciativas que a Locaweb vem implementando, como cross-selling e repricing dentro de sua plataforma de e-commerce e da operação logística, visando melhorar o desempenho da receita. Espera-se que estes esforços comecem a produzir benefícios tangíveis, particularmente em termos de melhoria das margens. Portanto, reiteramos nosso rating de Compra (preço-alvo de R$ 11/ação).

Tenda: Resultados do 3T23 – Ainda fracos, mas recuperação no horizonte

A Tenda divulgou mais uma série de resultados fracos, como esperado, mas ainda mostrando sinais promissores de recuperação total com sua reviravolta se aproximando. Do lado positivo, a ausência de estouros orçamentários (primeiro trimestre desde 2021), aliada à maior margem bruta de novas vendas (33% no 3T23) – que estão ganhando participação no resultado da empresa –, impulsionou uma melhoria de 25% na margem bruta (ex Alea). No entanto, despesas operacionais mais altas e uma perda não recorrente associada à venda de um terreno levaram a um prejuízo líquido de R$33 milhões acima do esperado e a uma queima de caixa de R$ 52 milhões.
Em suma, mantemos a nossa classificação de Compra para TEND3. A Tenda apresentou resultados sequencialmente melhores nos últimos trimestres, recuperando a rentabilidade à medida que os desenvolvimentos “problemáticos” lançados durante o aumento da inflação continuam a perder participação no seu resultado. Além disso, o capital levantado em sua oferta subsequente acelerou drasticamente seu processo de desalavancagem, permitindo que a Tenda se beneficiasse ainda mais das recentes mudanças implementadas no programa habitacional do MCMV, ao mesmo tempo em que sustentava uma estrutura de capital mais saudável.

Randon: Resultados do 3T23 – Demanda mais fraca reduzindo eficiência

A Randon reportou resultado negativo no 3T23, com lucro líquido de R$ 87 milhões (-41% A/a, -25% T/t e 10% abaixo da nossa estimativa). O fraco desempenho operacional da empresa nas divisões de Autopeças e Trailers ofuscou o bom desempenho da Frasle. Adicionalmente, uma menor queda no CPV da empresa, principalmente relacionada aos maiores descontos concedidos em sua divisão de reboques, levou a Randon a entregar margens menores em todos os níveis.
Mantemos nossa classificação de Compra na Randon. Apesar do resultado negativo no 3T23, vemos sua tese de investimento inalterada, uma vez que a empresa mantém a liderança nos mercados em que atua no Brasil. Além disso, sua marca premium e reconhecida e seus produtos de primeira linha são apoiados por tecnologia de ponta, apoiados por investimentos contínuos em P&D, resiliência da demanda e sua abordagem rigorosa de controle de custos. Além disso, estamos otimistas com a estratégia de diversificação geográfica recentemente adotada pela empresa, que reduz sua exposição ao mercado cíclico e maduro do Brasil, ao mesmo tempo que proporciona maior potencial de crescimento para seus resultados no futuro.

Cyrela: Resultados do 3T23 – Sólidos em todos os níveis

A Cyrela reportou mais um conjunto de resultados sólidos no 3T23, ficando em grande parte acima de nossas estimativas. O impressionante desempenho de vendas dos últimos trimestres impulsionou o faturamento robusto, enquanto o ambiente inflacionário estável e a margem mais alta de novos lançamentos lideraram seu ajuste. margem bruta para 35,4% acima do esperado, traduzindo-se em um ROE saudável de 13%.
Em suma, reiteramos a nossa classificação de Compra para CYRE3. Continuamos acreditando que é uma das empresas mais bem posicionadas para continuar capturando a recuperação esperada para os resultados operacionais das construtoras no segmento médio/alto, enquanto continuamos confiantes de que a alocação conservadora de capital da Cyrela, a equipe de gestão qualificada, o reconhecimento da marca e um balanço sólido como uma rocha deve resistir a qualquer macro vento a favor.

Bradesco: Resultados do 3T23 – Ainda não chegou… Redução de risco prejudica receitas

Vista Safra. O lucro líquido ficou em linha com as nossas estimativas, embora as receitas tenham decepcionado devido a um fraco NII do cliente, devido principalmente a volumes estáveis e spreads mais baixos num mix mais garantido. O lucro pré-provisão caiu -6% em relação ao segundo trimestre, o que evidencia um baixo poder de lucros no futuro. Na nossa opinião, a redução de riscos não é um remédio ruim, mas teve claramente um impacto nas receitas de 2023. Dado o elevado nível de baixas, é improvável que o Bradesco atinja o guidance de crescimento da carteira de crédito e, consequentemente, também as suas previsões de Margem Financeira Bruta. Na nossa opinião, o lado positivo é uma melhoria incipiente na qualidade dos ativos com custos mais baixos de risco e criação de provisionamento, o que pode abrir espaço para discutir se as margens mais baixas serão compensadas por custos mais baixos de risco em 2024. Por último, vemos o consenso do próximo ano com uma vasta gama de previsões, e vemos o risco potencial de o consenso se caminhar para um intervalo menos otimista e, portanto, de uma revisão de baixa.

Panvel – Resultados do 3T23: Sólido desempenho de vendas e ganho de margem em um trimestre geralmente positivo

A Panvel reportou mais um trimestre positivo com sólido crescimento de vendas (em linha com nossa estimativa) e forte melhora no EBITDA devido à diluição de despesas SG&A. No 3T23, a receita líquida cresceu 12% A/A, em linha com nossa estimativa e o EBITDA aumentou 17% A/a (também em linha com o Safra), com um aumento de margem de 20bps A/a, apesar de uma pressão de margem bruta de 78bps A/a. A empresa aumentou sua participação de mercado na região Sul em 10 pontos base, atingindo 12,1%, como resultado da expansão de sua presença e do crescimento de vendas em mesmas lojas. O lucro de R$ 26 milhões foi 15% superior em relação ao mesmo período do ano anterior (11% acima da nossa estimativa), devido a menores despesas financeiras. O destaque negativo do trimestre foi relacionado ao fluxo de caixa, uma vez que maiores necessidades de capital de giro resultaram em um fluxo de caixa operacional de R$ 30 milhões, queda de 64% A/A. No entanto, o balanço do PNVL permanece sólido, com um rácio dívida líquida/EBITDA inferior a 1,0x. Ao todo, reiteramos nosso rating de Compra em PNVL3 e o preço-alvo de R$ 15,5/ação, pois a empresa continua atestando sua capacidade de melhorar a produtividade das lojas ao longo dos trimestres, ao mesmo tempo em que continua executando seu plano de expansão bastante ousado, que são as alavancas para expansão da receita, melhoria da margem e, em última análise, crescimento do lucro por ação.

B3: Resultados do 3T23 – Falta impulso

Visão do Safra: Ligeiramente negativa para as ações. Os resultados foram parcialmente antecipados pelos dados mensais, mas a B3 reportou resultados mornos no 3T23, com crescimento estável das receitas, combinado com despesas operacionais acima do esperado, levando a uma queda nas margens EBITDA. Esperamos ver um baixo poder de lucro para a B3 daqui para frente devido à deterioração nos volumes de caixa também em outubro (em R$ 22,4 bilhões) e no acumulado de novembro (em R$ 24,4 bilhões). As perspectivas de uma maior velocidade de giro parecem distantes, tendo em conta a fraca atividade nos mercados de capitais a nível mundial, e um volume médio diário de negocciação mais forte deverá depender mais de um aumento na capitalização de mercado das empresas cotadas. Preferimos o BTG Pactual (OP, R$ 34) como melhor opção para atuar no mercado de capitais no Brasil e, por isso, reiteramos nosso rating Neutro para B3, com preço alvo de R$ 16 por ação.

Porto: Resultados do 3T23 – Baixas contábeis obscureceram forte resultado principal

Visão Safra: Positiva para as ações. Embora os resultados tenham sido parcialmente ofuscados por baixas na vertical de serviços, os resultados do 3T23 do Porto foram robustos no seu núcleo, mostrando uma boa melhoria operacional no seu principal negócio. Notamos a estabilidade da sinistralidade no segmento Auto, com bom crescimento dos prêmios emitidos impulsionado pelo aumento de 100 mil na frota da marca Azul. Na vertical saúde, o número de vidas seguradas ultrapassou a marca de 500 mil, com ROE acima de 20%. Relativamente aos Bancos do Porto, o ROE ficou acima dos 30%, após melhorias sequenciais nos NPL e na remediação da oferta de crédito. Como tal, vemos um risco de alta para nossas estimativas para 2024 e reiteramos a nossa posição positiva em relação ao nome.

Ecorodovias: Resultados do 3T23 – Desempenho impressionante fortalece sua estrutura de capital

A Ecorodovias divulgou ótimos resultados no 3T23, superando nossas estimativas. O sólido desempenho operacional da empresa continuou sendo impulsionado pelas concessões recentemente adicionadas, que aumentaram seus volumes de tráfego, enquanto os custos controlados contribuíram para a expansão significativa de seus resultados, para R$ 230 milhões (+90% A/a, +23% vs Safra e +38% vs. consenso). Além disso, o forte crescimento do EBITDA da companhia fortaleceu sua estrutura de capital, fazendo com que sua alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, caísse para 3,5x, de 3,9x no 2T23. Reiteramos nossa classificação de Compra para Ecorodovias. A empresa está sendo negociada atualmente a uma TIR real de 10,1%, +434bps em relação aos títulos brasileiros indexados à inflação de 10 anos (NTN-Bs 2035).

Lojas Renner – Resultados do 3T23: Dinâmica positiva de fluxo de caixa é o lado positivo em um trimestre difícil para a LREN

A Lojas Renner apresentou mais um conjunto de resultados fracos no 3T23, com fraco desempenho do varejo e impressão ainda negativa de serviços financeiros (“Realize”). As vendas de mercadorias atingiram R$ 2,6 bilhões, um aumento de 1% A/a (apenas 2% abaixo do Safra) devido a um cenário macroeconômico difícil. O EBITDA ajustado do varejo totalizou R$ 398 milhões, queda de 3% A/A e 10% abaixo de nossas estimativas, devido ao maior imposto sobre vendas (DIFAL) e maiores despesas gerais, com vendas e administrativas. O EBITDA da Realize apresentou prejuízo de -R$ 35 milhões, impactado por maiores perdas de crédito devido ao cenário macro mais difícil. Além disso, as contas a receber vencidas continuam a ser uma preocupação, atingindo um nível elevado de 29% da carteira total. Portanto, devemos acompanhar a evolução dos indicadores de inadimplência nos próximos trimestres. O lucro líquido de R$ 173 milhões foi impactado positivamente pelos incentivos fiscais de imposto de renda. O único destaque positivo do trimestre foi a melhora no fluxo de caixa livre, que atingiu R$ 599 milhões vs. R$ 83 milhões no 3T22, uma vez que a melhor dinâmica do capital de giro e o menor capex mais do que compensaram o pior fluxo de caixa das operações.

Fleury: Resultados do 3T23 – Ligeira surpresa no EBITDA, lucro por ação mais forte

O EBITDA ajustado ficou apenas 2% acima da nossa estimativa (+6% vs. consenso), enquanto o lucro líquido ajustado ficou 14% acima da previsão do Safra. O Fleury nos superou e o consenso se deve a alguma diluição de despesas gerais e administrativas, além de resultados financeiros líquidos melhores que o esperado e uma surpresa positiva na alíquota do imposto de renda. O Fleury vem apresentando sólido desempenho em seu core business e acelerando sua expansão em novas verticais (apesar da crescente complexidade delas decorrente). Além disso, a complementaridade geográfica entre Fleury e Pardini nos segmentos B2B e B2C é positiva, em nossa opinião. Em relação às sinergias capturadas com Pardini, encontramos alguns indícios de redução nas despesas gerais e administrativas, mas nenhum detalhe adicional foi divulgado no release de resultados. Em suma, mantemos a nossa classificação de Compra, pois vemos uma dinâmica positiva e uma boa relação risco-recompensa para as ações.

Qualicorp: Resultados do 3T23 – Superando expectativas muito baixas

O EBITDA ajustado ficou apenas 4% acima da nossa estimativa (+15% vs. consenso), enquanto o EBITDA ajustado. o lucro líquido atingiu R$ 14 milhões (contra nossa estimativa de R$ 7 milhões). Apesar de um desempenho muito fraco, com queda significativa na adesão, nas receitas e no EBITDA, a Qualicorp reportou um ajuste ligeiramente positivo. Surpresa no EBITDA vs. nosso número (maior vs. consenso) devido à redução de custos. A geração de fluxo de caixa foi sólida após resultados negativos no ano passado, com comissões ainda mais baixas por novo membro. Mantemos uma classificação Neutra na QUAL3, pois continuamos vendo desafios significativos para o modelo de negócios de afinidades, mas o maior foco da Qualicorp na eficiência e na melhoria tanto no portfólio de produtos quanto no relacionamento com os stakeholders parece ser uma melhor orientação estratégica.

Dasa: Resultados do 3T23 – Melhor margem bruta e despesas gerais e administrativas impulsionando a queda do EBITDA

O EBITDA ajustado ficou 10% acima das nossas expectativas, mas 6% abaixo do consenso. A Dasa apresentou resultados melhores que o esperado, com aumento sequencial no adj. O EBITDA foi impulsionado pela diluição das despesas gerais, com vendas e administrativas, que mais do que compensou a pressão na margem bruta. Em Hospitais e Oncologia, comparações difíceis pressionaram a margem ano a ano (mas foi ligeiramente melhor no trimestre), apesar das altas taxas de ocupação e do ticket médio trimestral mais alto. Em Diagnósticos, Cuidados Coordenados e Outros, o número de exames aumentou +9% A/A e o ticket médio caiu 2% A/A, enquanto a margem bruta apresentou maior T/t, mas menor A/A em comparações difíceis. Adicionalmente, é bom ver a companhia reduzindo seu capex (-46% A/a no 3T23), tendência que esperamos que continue nos próximos trimestres e que deve contribuir para a geração de fluxo de caixa livre. Mantemos a classificação Compra na DASA3, pois acreditamos que o maior foco na eficiência e na alocação de capital é positivo para as ações.

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