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Setor energético: reservatórios descem e térmicas têm viés de alta

Com hidrologia abaixo da média de longo prazo, três ações de empresas do setor podem ser beneficiadas com mais despacho térmico


A interação entre um La Niña atrasado e um El Niño prolongado podem resultar em um aumento na demanda por geração de energia térmica, diante da hidrologia abaixo do esperado.

Sem a energia térmica, com a hidrologia atual em torno de 70% da média de longo prazo, os níveis dos reservatórios brasileiros podem cair para cerca de 30% ao final de 2024 e aproximarem-se de 25% em 2025.

Diante desse cenário hidrológico, o time de Research do Banco Safra vislumbra uma postura cautelosa e estratégica para os investidores no setor energético. As três companhias do setor se beneficiarão do cenário mencionado acima se a hidrologia mais fraca persistir.

A preferência é por empresas como Eletrobras (ELET3/ELET6), Copel (CPL3/CPL6) e Eneva (ENEV3), que podem se beneficiar tanto do cenário de hidrologia fraca quanto do aumento do despacho térmico.

Principais destaques:

  • Hidrologia atual pode fomentar uso de energia térmica e beneficiar empresas
  • Estimativa é de aumento de até 6 GW em geração térmica para suprir necessidades
  • Estima-se um aumento de custo energético por aumento de despacho ainda em 2024

Fenômenos climáticos deixam preços voláteis

Hoje, os reservatórios estão com 75% de sua capacidade, mas o aumento previsto de 4,2% na demanda energética para 2024 sugere que medidas conservadoras serão necessárias para gerenciar os riscos de uma hidrologia desfavorável.

O cenário-base do Banco Safra indica a necessidade de uma geração térmica média de 10 a 11 GW para assegurar uma margem segura nos reservatórios durante as próximas estações chuvosas. Isso implica em um custo marginal de energia entre R$ 205 e R$ 208 por MWh, incluindo as usinas de Angra I e II. Em um cenário mais pessimista, com a necessidade de até 14 GW, o custo marginal poderia escalar para R$ 287 a R$ 348 por MWh.

Já se observa, inclusive, uma pressão altista em contratos de prazo mais curto e menores devido à hidrologia. No curto prazo, as distribuidoras continuarão se beneficiando, já que os efeitos do El Niño ainda impactaram o segundo trimestre deste ano. No entanto, se a transição para o La Niña for confirmada, as temperaturas mais baixas poderão afetar negativamente os volumes no período.

Um possível aumento nos preços à vista como reflexo do aumento do despacho até o terceiro ou quarto trimestres de 2024. As perspectivas para a hidrologia em 2025 são incertas e estima-se que os preços dos contratos de energia poderão se manter em níveis elevados no médio prazo.

Banco Safra recomenda compra, mas cuidados com cenário

O cenário é possivelmente positivo não apenas a Eletrobras, com preço-alvo de R$ 54,40/59,40 e recomendação de compra do time de Research do Banco Safra. Também com recomendação de compra estão Copel, com preço-alvo de R$ 12,30/11,30 e Eneva, de preço-alvo R$ 15,80. 

A análise de sensibilidade do EBITDA em um cenário de despacho térmico mais elevado mostra-se mais favorável para a Eneva, 5% acima do cenário-base de despacho de 45% em 2024.


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