De acordo com notícias da imprensa especializada, um acionista da 3R enviou uma carta às diretorias da 3R e da PetroReconcavo propondo uma transação que combinaria a PetroReconcavo com os ativos onshore da 3R.
Nossa impressão inicial, considerando os termos mencionados no artigo, é de que o negócio proposto é positivo para os acionistas da 3R, já que o valor patrimonial considerado dos ativos onshore seria quase equivalente ao valor de mercado total atual da empresa e eles acabariam com uma participação de 50% em uma operação onshore maior e menos endividada (a empresa combinada), mantendo a participação na 3R offshore sem dívidas e a um custo virtualmente baixo.
Também vemos isso de forma positiva para a PetroReconcavo, pois, apesar de incorporar os ativos com um prêmio em relação aos múltiplos de mercado (US$ 6,4/boe de reservas 2P contra o valuation atual de US$ 5,3/boe da 3R), ainda seria menor do que o múltiplo atual da RECV (US$ 7,1/boe).
A propriedade dos ativos de midstream atualmente pertencentes à 3R poderia permitir uma melhor precificação da produção de petróleo e menores custos de processamento de gás para a produção da empresa.
As sinergias potenciais derivam da proximidade física dos campos e da redução das despesas gerais e administrativas. A proposta supostamente inclui a manutenção da administração da PetroReconcavo no comando da empresa combinada.
A nova empresa, a ser administrada pela equipe atual da PetroReconcavo, teria reservas 2P de 604 milhões de boe e produção de 50,5 mil boed em 2023. A dívida líquida/EBITDA seria de 1,9x, considerando os números do 3T23.
Os ativos de mid e downstream atualmente pertencentes à 3R seriam incluídos no negócio. A 3R continuaria a ser listada como proprietária e operadora dos ativos offshore (Papa Terra e Peroá).