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China envia 3 mil litros de insumo da Coronavac

Governo chinês liberou apenas uma parte dos insumos, o que deve atrasar ainda mais o calendário de vacinação no País

IFA retida no aeroporto de Pequim

Impasse diplomático reteve 10 mil litros do insumo da Coronavac, o que interrompeu a produção no Instituto Butantan | Foto: Divulgação

A China liberou aeronave com 3 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para a produção da vacina Coronavac. A previsão é que o carregamento chegue nesta terça-feira, 25, no Instituto Butantan, em São Paulo.

A produção da Coronavac, principal imunizante do Programa Nacional de Imunização do Brasil, está paralisada desde o dia 12, por falta de matéria-prima.

O governo de São Paulo tentou importar dez mil litros de insumo, quantidade suficiente para produzir 18 milhões de doses. Com os 3 mil litros de IFA liberados pela China, apenas 5 milhões de doses poderão ser produzidas pelo Butantan, o que deve prejudicar o cronograma de entrega de vacinas para o Ministério da Saúde e atrasar ainda mais a vacinação no País.

No portal do Governo de São Paulo, é possível acompanhar em tempo real a rota da aeronave. Ela partiu de Pequim às 15h, e faz escala em Amsterdam (Holanda).

Neste domingo, a Fiocruz recebeu matéria-prima da AstraZeneca, suficiente para a fabricação de 12 milhões de doses a serem entregues no início de junho. O volume menor que o previsto levou a restrições ao uso da vacina.

Atraso prejudica vacinação

A matéria-prima, enviada pela biofarmacêutica Sinovac, será envasada, rotulada e embalada no Butantan, processo que leva de 15 a 20 dias.

Até maio, três de cada quatro vacinas contra covid-19 aplicadas no Brasil eram do imunizante do Butantan.

A paralisação da produção por falta do insumo retido pelo governo chinês levou a suspensão total do programa em mais de mil cidades.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, ao menos 30 % das cidades brasileiras tiveram a vacinação comprometida por falta de doses de vacina.

Butantan recebeu 3 mil litros do insumo em abril

Em abril, foram recebidos três mil litros de IFA. Em março, uma remessa de 8,2 mil litros de insumos, correspondente a cerca de 14 milhões de doses, chegou ao instituto.

Outros 11 mil litros chegaram ao país em fevereiro. No final de 2020, o Butantan já havia recebido IFA que rendeu 3,8 milhões de vacinas.

Em maio, o Butantan chegou à marca de 47,2 milhões de doses entregues ao PNI, cumprindo o primeiro contrato de 46 milhões de doses, firmado em 7 de janeiro com o Ministério da Saúde.

Nesse momento, um impasse diplomático entre o governo federal e a china levou as autoridades chinesas a impedirem o envio de insumos para o Brasil.

A meta de chegar a 54 milhões de doses referentes ao segundo contrato, totalizando 100 milhões de vacinas não poderá sem cumprida em maio pelo envio reduzido da China.

Das 47,2 milhões de doses já entregues ao Ministério da Saúde, 41,2 milhões foram produzidas pelo Butantan a partir de insumos importados.

O governo de São Paulo afirmou que, a partir de dezembro, uma nova fábrica no Butantan a produção integral das primeiras doses da vacina, sem necessidade de importação da matéria-prima.

Ainda segundo a equipe do governador João Doria, o local terá capacidade para fabricar 100 milhões de doses por ano.

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