Paracetamol deve ser usado com cautela, alerta Anvisa

O uso indiscriminado de paracetamol, usado para combater dores e febre no pós-vacina, ou mesmo durante quadros de gripe ou de covid-19, pode levar a eventos adversos graves, como hepatite medicamentosa e morte. O alerta é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com a agência, o paracetamol deve ser usado com cautela, “sempre observando a dose máxima diária e o intervalo entre as doses”. Esse limites são claros e estão contidos na bula, para cada faixa etária (veja abaixo). Na dúvida, é recomendado consultar um médico.

O paracetamol, ou acetaminofeno, é um princípio ativo presente em analgésicos e antitérmicos de uso seguro para todas as idades, a partir de os dois anos, contando que em doses corretas e com os intervalos respeitados.

A preocupação da Agência não é a segurança do medicamento, comprovada. Mas a forma com que está sendo usado. A regra de respeito a dose também vale para a outra opção para aliviar os mesmos sintomas, também comum em marcas brasileiras, a dipirona.

Como usar o paracetamol

Adultos e crianças acima de 12 anos: dose máxima de 4 gramas em um dia.

• Crianças entre 2 e 11 anos: não devem ser utilizados mais de 50-75 mg/kg em um dia (24 horas), atentando aos intervalos.
• Para crianças abaixo de 11 kg ou 2 anos ou com menos de 20 kg: consulte o médico antes de usar.
• Para caso de dores ou febres persistentes depois do uso da dose do remédio, os médicos costumam recomendar a combinação com outro princípio ativo, “alternando os intervalos”. Mas é importante lembrar que febres persistentes devem sempre ser comunicadas ao médico, pois são o principal indício de infecções no organismo.

Para mais informações sobre as recomendações de uso dos medicamentos, consulte a bula disponível no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Segundo o médico Pedro Pinheiro, especializado em Medicina Interna pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, os principais sintomas de intoxicação aguda pelo paracetamol são:

• Anorexia.
• Náuseas e vômitos.
• Sudorese intensa.
• Palidez cutânea.
• Mal-estar e fraqueza.

A Avisa tem um canal de notificação para casos de efeitos adversos, o VigiMed.

Já as suspeitas de desvios de qualidade (queixas técnicas) referentes a fármacos em instituições de saúde devem ser registradas no Notivisa.

A notificação é importante para que o órgão mantenha o controle dos medicamentos em uso no país. Mas a consulta ao médico é a primeira providência em caso de qualquer sintoma adverso. (com Agência Brasil)

Fontes: Sociedade Brasileira de Medicina, Ministério da Saúde