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Agravamento da pandemia preocupa investidores

Piora do quadro da covid-19 no Brasil, com mais de 300 mil mortes, e na Europa, com uma 3ª onda, causa tensão nos mercados

cena de atendimento em UTI

O agravamento da pandemia continua como um dos principais direcionamentos para os investidores | Foto: Getty Images

Os mercados financeiros tiveram mais uma semana de volatilidade, com os primeiros dias em forte queda, seguida por uma tentativa de recuperação nos dois últimos dias de negociações da semana.

O agravamento da pandemia continua sendo um dos principais direcionamentos para os investidores.

Desta vez, a Europa também entrou no radar, com novos lockdowns sendo anunciados ou ampliados durante a semana. As preocupações renovadas com emergentes e incertezas fiscais deram o tom da semana.

Ibovespa acumulou queda de 1,24% na semana, encerrando aos 114.781 pontos. Já o dólar comercial seguiu em trajetória de valorização frente ao real. No acumulado dos cinco dias, o dólar avançou 4,73%, cotado a R$ 5,74.

Emergentes no radar dos estrangeiros

Logo no início da semana os investidores estrangeiros acenderam um sinal de alerta contra a Turquia. O presidente, Recep Tayyip Erdogan, substituiu o presidente do banco central, Naci Agbal, após o descontentamento com uma forte elevação na taxa básica de juros do país.

Esta interferência na autoridade monetária foi mal vista pelos investidores estrangeiros, o que se refletiu em uma forte desvalorização da lira turca, e contaminou o humor contra mercados emergentes em geral.

No meio da semana, foi a vez da Argentina também provocar receios entre os investidores. A vice-presidente, Cristina Kirchner, declarou que o país não tem dinheiro para pagar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que soma US$ 44 bilhões.

Cobranças políticas

A piora na crise da Covid-19 no Brasil e seus reflexos na economia continua a ser o principal tema monitorado pelo mercado.

Durante a semana, o país superou a marca dos 300 mil mortos. E, com o sistema de saúde cada vez mais pressionado, também cresceram as cobranças por uma solução para a crise.

Logo no domingo do dia 21, uma carta com a assinatura de mais de 1.500 economistas, banqueiros, empresários e autoridades do setor público proferiu duras críticas à condução do governo na pandemia e cobrou por soluções.

Terceira onda na Europa

A crise de Covid-19 também ganha força na Europa, onde o noticiário classifica o episódio como uma terceira onda de contaminações, jogando novas incertezas sobre a economia no bloco.

Novas medidas de restrição vêm sendo impostas em diferentes localidades da região. O destaque da semana ficou por conta da Alemanha, que anunciou a extensão do lockdwon até 18 de abril. Até então, o lockdown, que já está em vigor desde 16 de dezembro, iria se encerrar em 28 de março.

EUA: a caminho de 200 milhões de vacinados

Enquanto isso, se no Brasil e na Europa a pandemia causa apreensão, nos Estados Unidos o ritmo de vacinação segue acelerado.

Durante a semana, Joe Biden anunciou em entrevista coletiva uma nova meta para o número de pessoas imunizadas: 200 milhões em seus 100 primeiros dias de governo, ou seja, em 30 de abril. Até então, a meta era de 100 milhões. 

Ainda nos Estados Unidos, o mercado de trabalho trouxe um sinal positivo na semana: os novos pedidos de seguro desemprego caíram abaixo de 700 mil pela primeira vez desde o agravamento da pandemia. Os novos pedidos recuaram de 781 mil para 684 mil na semana passada.

Na semana, o índice S&P 500 avançou cerca de 1,6%. Já o Nasdaq recuou 0,6%.

Canal de Suez e o choque no petróleo

O mercado de petróleo, além de incorporar premissas mais negativas para a demanda, por conta dos crescentes desafios impostos pela pandemia, o que tende a levar os preços para baixo, contou com uma forte volatilidade nesta semana por conta de um evento incomum.

Uma embarcação do tipo porta-contêiner encalhou no Canal de Suez, a principal rota marítima entre a Ásia e a Europa. Estima-se que mais de 10% do comércio mundial passe por esta rota.

Esse inesperado choque da oferta se traduz em um movimento de alta nos preços, explicando a volatilidade vista nos últimos dias, com altas e quedas da magnitude de 6% nos preços internacionais do petróleo durante a semana.

Mais vacinas no Brasil

Nesta sexta-feira, o governo de São Paulo anunciou que o Instituto Butantan irá solicitar à Anvisa a autorização para testes clínicos de um novo imunizante, o Butanvac. Esta pode ser a primeira vacina contra a Covid-19 produzida nacionalmente. A expectativa é que os testes sejam concluídos até julho, e que, se aprovado, o imunizante seja aplicado no segundo semestre.

Durante a semana, a Anvisa também recebeu dois novos pedidos de autorização para uso emergencial: para a distribuição e aplicação da vacina Sputnik V e da Janssen. O prazo para análise é de sete dias corridos, portanto a resposta da Anvisa deve vir na próxima semana.

Juro real zero

A decisão da última reunião do Copom havia deixado uma dúvida importante entre os economistas: a “normalização parcial”, termo usado no comunicado do Banco Central, fazia referência ao retorno da taxa Selic a um juro neutro, que seria de 6% a 7%, ou a um juro real próximo de zero, que representaria uma Selic de 4,5% a 5% ao ano?

A resposta veio durante a semana, quando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a taxa Selic continuará a estimular a economia. Assim, ele afastou a hipótese de uma taxa de juro neutra – a declaração foi bem recebida pelo mercado, ao oferecer um sinal positivo para a atividade econômica.

Campos Neto ainda reforçou que o movimento da próxima reunião, em maio, será de aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, cenário que apenas irá se alterar se houver uma situação muito atípica na economia.

Nossa projeção para a taxa Selic segue em 5% ao ano.

Future 10 e a revolução na biotecnologia

Durante a semana, promovemos um evento especial para um mercado promissor: o da biotecnologia.

Com o nome de Future 10, foram dois dias de lives com importantes nomes do setor da saúde, que apresentaram algumas das principais perspectivas que a biotecnologia oferece para a medicina e como ela pode trazer reflexos de grande relevância para a sociedade nos próximos anos.

Na quarta-feira, a conversa foi com David Schlesinger, CEO da Mendelics. Ele comentou sobre algumas das possibilidades do mapeamento genético, que deve ajudar a ciência, nos próximos anos, a tratar melhor e de forma mais específica doenças que hoje são consideradas raras e de difícil tratamento.

Na quinta-feira, Ricardo di Lazzaro Filho, CEO da Genera, explicou como os exames de leitura de DNA podem ajudar a promover um envelhecimento cada vez mais saudável na sociedade.

Essas são apenas algumas das aplicações da biotecnologia.

Para os investidores que acreditam no potencial deste mercado, lançamos duas alternativas de investimentos em biotecnologia. São dois Certificados de Operações Estruturadas (COEs), que possibilitam acompanhar importantes nomes do mercado internacional com a segurança do capital protegido.

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