Os especialistas do Banco Safra analisaram os dados de corte de crédito do sistema financeiro brasileiro disponíveis até o primeiro semestre de 2023 no Banco Central do Brasil, a fim de compreender a magnitude da deterioração nas safras recentes em comparação com as mais antigas (desde 2006).
De acordo com a análise, as linhas de crédito discricionárias, como empréstimos pessoais, apresentaram a pior evolução do índice de inadimplência de 90 dias desde 2006, tanto em termos de largura quanto de inclinação da curva.
Isso evidencia como o cenário recente foi fortemente impactado, o que elevou o custo do risco para sustentar os níveis de cobertura em meio à inadimplência mais altas, reduzindo a lucratividade do segmento de varejo.
A boa notícia: a curva de inadimplência de 2022 atingiu o pico no segundo semestre de 2023.
Observando a evolução da inadimplência por safra, a análise mostra que a safra de 2022 atingiu o pico em junho de 2023 e alcançou metade de seu prazo normal em algumas linhas disponíveis, como empréstimos pessoais, consignados e para veículos.
Isso leva, na avaliação do Banco Safra, a uma perspectiva melhor para a expansão do crédito de varejo e menores necessidades de provisionamento no futuro.
Banco Safra reitera a posição positiva em relação aos bancos brasileiros
Após os resultados do quarto trimestre de 2023, o Banco Safra reitera a posição positiva em relação aos bancos, considerando a expectativa de maior rentabilidade em 2024 nas operações de varejo, uma vez que os empréstimos ruins, especialmente da safra de 2022, estão sendo amortizados.
A preferência do Safra permanece inalterada, com o Itaú Unibanco como principal escolha, devido ao maior poder de ganhos, forte posição de capital e qualidade de ativos controlada, seguido por nomes do mercado de capitais como B3 e BTG Pactual, com melhores perspectivas para 2024.
O Bradesco (Compra) vem em seguida, devido ao valution barato, embora com uma recuperação mais demorada.