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Banco do Brasil: 7 temas-chave para a ação

Safra resume os principais pontos que devem ser analisados pelos investidores que investem ou querem investir em papéis do banco estatal


Realizamos um NDR com os gerentes de RI do Banco do Brasil, Felipe Pimentel e Marcelo Alexandre, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (15). Durante todo o dia, notamos um forte interesse dos 10 investidores que participaram das reuniões, com discussões intensas sobre 7 temas principais:

  • I. partes móveis do crescimento da NII implícitas no guidance;
  • II. aumento da percepção de risco no agronegócio;
  • III. concorrência e discussões sobre empréstimos garantidos por folha de pagamento;
  • IV. qualidade dos ativos no segmento corporativo;
  • V. comentários recentes do governo sobre a necessidade de estimular a concessão de crédito e a mensagem institucional transmitida na entrevista de Tarciana Medeiros (Presidente do BB);
  • VI. governança e salvaguardas para proteção da rentabilidade operacional;
  • VII. impacto da nova resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre instrumentos de captação com isenção fiscal.

I. Partes móveis do crescimento da NII implícitas no guidance
Os investidores expressaram preocupação com o acúmulo de NII para atingir o ponto médio do guidance, dados alguns ventos contrários, como contribuições menores da margem do Banco Patagônia e das margens de depósito, o que está alinhado com nossa visão. A explicação da administração consiste principalmente em três pontos:
II. Aumento da percepção de risco no agronegócio:
Os fluxos de notícias da mídia precisam ser cuidadosamente examinados. De fato, houve um aumento no risco do agronegócio, mas, na verdade, ele vem da inadimplência mais baixa de todos os tempos, devido às robustas safras passadas. Há também uma concentração significativa de empréstimos agrícolas em alguns novos veículos e participantes, como a FIAgros, mas o Banco do Brasil tem um forte histórico de relacionamento com os clientes e diversificação geográfica e de culturas (soja, milho, algodão, etc.). A visão do BB é que há um cenário claro de normalização de inadimplência em 2024 e que o que está sendo chamado de quebra de safra é, na verdade, uma decepção de volume.
III. Concorrência e discussões sobre empréstimos garantidos por folha de pagamento
Nos empréstimos consignados, um tema bastante discutido foi a concorrência, especialmente dos participantes digitais, que podem repassar parte de seu custo para atender à eficiência nas taxas. Apesar disso, o banco ainda parece ser um vencedor na portabilidade de empréstimos consignados, mantendo uma proporção de 3 aquisições de carteira para cada perda. O BB também indicou uma parametrização para igualar os lances de portabilidade em clientes com maior principalidade. Um comentário interessante é que o spread cobrado é muitas vezes competitivo, e pode haver alguma distorção na taxa mais baixa da Nu apresentada pelo Banco Central do Brasil, principalmente:
IV. Qualidade dos ativos no segmento corporativo
Grande parte da recente deterioração da carteira corporativa se deve ao segmento de PMEs, mas com alguns ajustes. A curva de coorte de PMEs para 2022 teve um pico principalmente devido ao fim do período de carência do Pronampe. Isso deve levar a provisões mais altas nos próximos 180 dias, mas será “reembolsado” com o FGO mais tarde. Os empréstimos para PMEs que não são do Pronampe não trazem preocupações significativas, na visão dos gerentes de RI, pois devem seguir um caminho dentro dos padrões esperados, com o banco se concentrando na extremidade superior do segmento (empresas de médio porte).
V. Os recentes comentários do governo sobre a necessidade de estimular o crédito e a mensagem institucional transmitida na entrevista de Tarciana Medeiro (Presidente do BB)
Apesar do barulho em relação às recentes declarações do governo de que seria possível usar os bancos públicos para reduzir as taxas de juros cobradas nos empréstimos ao consumidor, em uma entrevista recente, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, reiterou que o banco só entra em operações que sejam lucrativas. Por exemplo, quando foi implementado o teto para o crédito consignado do INSS, o banco ajustou sua operação. Nessa questão, o BNDES e a Caixa estão mais expostos à interferência política do que o Banco do Brasil, tendo em vista a participação significativa de seus acionistas minoritários.
VI. Governança e salvaguardas para proteção da rentabilidade operacional
Na visão dos gerentes de RI, há extrema cautela e salvaguardas significativas na gestão dos negócios e na estrutura interna atual. O comitê de crédito é independente das vice-presidências relacionadas aos clientes, o que limita a capacidade de manobra dos banqueiros. As operações da vice-presidência de risco são limitadas, com escrutínio meticuloso da modelagem, sempre estabelecida por meio de uma abordagem adequada.

Se a área comercial fizer alguma solicitação de desvio do parâmetro de risco, a vice-presidência de risco avalia a solicitação e decide se a aprova ou não. Muitas pessoas estão envolvidas na decisão, e há vários níveis de decisão, o que significa que não há risco de concentração do poder de decisão. Além disso, os executivos seriam responsáveis em nível individual em caso de desvio intencional. O maior sinal de alerta de possível interferência política, na opinião dos gerentes de RI, seria se a alta administração propusesse uma mudança no estatuto do banco em uma AGM com relação ao escopo do risco, à operação e às regras do comitê.

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