A Cyrela reportou números operacionais robustos. No geral, a empresa apresentou outra forte atividade de lançamento, ao mesmo tempo que manteve o forte desempenho de vendas dos trimestres anteriores, o que, por sua vez, se traduziu num excelente índice de VSO trimestral de 20%.
A companhia lançou 13 empreendimentos no 4T23, representando R$ 1,72 bilhão em VGV líquido (+15% T/T; +19% A/a; e +4% vs. Safra), que alcançou um robusto índice de VSO de lançamento de 46% (+0pps T/T e -12pps em relação ao ano anterior).
Enquanto isso, as vendas líquidas da empresa ficaram 7% acima de nossas estimativas, em R$ 1,82 bilhão (+8% T/T e +21% A/a), apoiadas por um impressionante índice de velocidade de vendas (SoS) de estoque de 15% (+2pps T/T e +3pps A/a). Dessa forma, o índice de VSO trimestral da Cyrela ficou 1,3pp acima de nossas estimativas, com excelentes 19,8% (+1,5pp T/T e +2,7pp A/a).
Opinião do Safra: Números fortes em todos os aspectos. Continuamos acreditando que a Cyrela é uma das empresas mais bem posicionadas para continuar capturando a recuperação esperada para os resultados operacionais das construtoras residenciais no segmento de média/alta renda, enquanto continuamos confiantes de que a alocação conservadora de capital da Cyrela, a equipe de gestão qualificada, o reconhecimento da marca e um balanço sólido como uma rocha deve resistir a qualquer vento macro contra.
MRV & Co
A MRV & Co também reportou outro conjunto de resultados operacionais trimestrais sólidos, com números permanecendo em grande parte alinhados com nossas estimativas. As vendas da empresa mantiveram o forte impulso do trimestre anterior, traduzindo-se em um inspirador índice de VSO de 31%, enquanto, impulsionada pelas vendas de recebíveis, a MRV reportou uma melhor geração de caixa de R$ 137 milhões em seu segmento principal.
No geral, os lançamentos trimestrais da MRV representaram R$ 2,1 bilhões em VGV líquido (+16% T/T e -40% A/a), enquanto suas vendas líquidas atingiram sólidos R$ 2,6 bilhões no 4T23 (+18% T/T e +28% A/a), ainda mais beneficiado pela venda de R$ 254 milhões do empreendimento Biscayne Drive da Resia.
Quanto ao seu negócio principal no Brasil, manteve o forte impulso do trimestre anterior, com vendas líquidas praticamente em linha com nossas estimativas de R$ 2,3 bilhões (+4% T/T e +56% A/a), ao mesmo tempo em que registrou um crescimento de 3 % T/T e aumento de 19% A/a no preço médio de venda, para R$ 246 mil. Assim, o seu índice de VSO trimestral atingiu fortes 31,1% (+0,7pps T/T e +14,2pps A/a).
Por fim, apesar do consumo de caixa de R$ 104 milhões da Resia, a empresa reportou uma geração de caixa consolidada de R$ 86 milhões, a partir de um consumo de caixa de R$ 627 milhões no 3T22. O resultado foi beneficiado pela venda de R$ 540 milhões em recebíveis, gerando uma geração de caixa significativamente melhorada de R$ 137 milhões em seu segmento core, a partir de um consumo de caixa de R$ 44 milhões no 3T23.
Excluindo as vendas de recebíveis, estimamos um valor ajustado de consumo de caixa de R$ 120 milhões na operação brasileira, ainda implicando uma melhoria de R$ 150 milhões em relação aos R$ 270 milhões ajustados do 3T23 de queima de caixa.
Opinião do Safra: Neutro. Apesar do forte desempenho operacional e da melhoria do fluxo de caixa trimestral, ainda vemos uma parcela relevante dos desenvolvimentos lançados durante o aumento da inflação pressionando seu fluxo de caixa e desacelerando o ritmo de sua recuperação esperada. No entanto, mantemos nossa classificação Compra para MRV devido ao seu atraente valuation P/VP de 0,7x 2024E.
Além disso, o capital levantado em sua oferta subsequente, que acelerou seu processo de desalavancagem, permite que a MRV continue se beneficiando das recentes mudanças implementadas no programa habitacional do MCMV, ao mesmo tempo em que mantém uma estrutura de capital saudável.