O Banco Safra divulgou atualização do cenário para as ações do setor de energia após o leilão de transmissão. No dia 15 de dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou o leilão de transmissão 02/2023, um dos maiores já realizados no Brasil.
Os principais vencedores do leilão de transmissão foram:
- (i) State Grid, que conquistou o bloco 1 com deságio de 39,9%, comprometendo-se com um investimento total de R$ 18.131 milhões;
- (ii) Consórcio Olympus (Alupar + Mercury), que arrematou o bloco 2 com deságio de 47,0%, comprometendo-se com um investimento total de R$ 2.597 milhões; e
- (iii) Celeo Redes, vencedora do bloco 3 com deságio AAR de 42,4%, comprometendo-se com um investimento total de R$ 1.124 milhões. A concorrência foi relativamente menor quando comparada ao leilão 01/2023.
As empresas ofereceram um desconto médio de AAR de 40,9% (vs. 51,0% no leilão 01/2023), implicando uma relação AAR/capex de 10,5% (vs. 8,0% no leilão 1/2023).
Conforme previsto, a maior parte das empresas sob nossa cobertura não participou deste leilão. Além disso, a Eletrobras não apresentou ofertas para o bloco 1 (o maior deste leilão), que foi vencido pela Chinese State Grid.
Por outro lado, a Alupar fez ofertas para a maioria dos blocos (incluindo o subbloco 1A), o que avaliamos como uma empreitada sofisticada.
Avaliação do Safra sobre o resultado do leilão de transmissão
Na avaliação dos especialistas do Banco Safra, o leilão foi marcado pelo baixo número de players e altos descontos oferecidos. Embora este leilão tenha tido um número limitado de players (apenas seis deles apresentaram propostas), os níveis de desconto não foram baixos. Para o Safra, os descontos à AAR podem limitar as taxas de retorno caso as empresas não consigam superar as projeções da Aneel.
Após o leilão, a Alupar divulgou algumas de suas premissas para performance superior de investimentos e cronograma de construção, que melhoraram significativamente as estimativas básicas de retorno. O Safra destaca também que a empresa poderia oferecer melhores margens EBITDA e melhores condições de financiamento (como custos mais baixos e período de amortização estendido), o que poderia resultar em taxas de retorno ainda mais altas.
Quanto à Eletrobras, o Safra acredita que suas propostas foram bastante conservadoras e coerentes com a estratégia da empresa de focar na recuperação operacional no curto prazo.