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Crédito perde força com crise bancária, destaca ata do Fed

Ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve afirma que crise de bancos enfraquece as condições de crédito

Ata do Fed

Dirigentes do Fed observaram que os bancos regionais e comunitários fechados eram importantes para empréstimos a pequenas e médias empresas | Foto: Getty Images

A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) destaca que os dirigentes avaliaram que os desenvolvimentos até agora relativos ao sistema bancário provavelmente levariam a algum enfraquecimento das condições de crédito, já que alguns bancos provavelmente apertariam os padrões de empréstimo em meio ao aumento dos custos de financiamento e maiores preocupações com a liquidez.

Os participantes da reunião consideraram ser muito cedo para avaliar com confiança a magnitude do efeito de um aperto de crédito sobre a atividade econômica e a inflação, e reiteram ser importante continuar monitorando de perto os desenvolvimentos e atualizar as avaliações dos efeitos reais e esperados do aperto de crédito. Os integrantes do Fed reduziram suas expectativas de aumentos de juros neste ano, considerando os colapsos bancários recentes, e enfatizaram que permanecerão atentos ao potencial de uma crise de crédito que pode desacelerar ainda mais a economia.

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“Muitos participantes observaram que os prováveis efeitos dos recentes desenvolvimentos do setor bancário sobre a atividade econômica e a inflação os levaram a reduzir suas avaliações da faixa-alvo da taxa de juros que seria suficientemente restritiva”, destaca a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

O comunicado confirma os comentários do presidente Jerome Powell durante sua entrevista coletiva após a reunião de 21 e 22 de março, que decidiu pelo aumento das taxas, com todos os funcionários apoiando o movimento.

Ao mesmo tempo, o texto indica que os formuladores de políticas não estavam totalmente comprometidos com outro movimento de alta em maio, pois viram a
necessidade de avaliar os dados recebidos sobre como a turbulência bancária estava afetando a economia.

Após a quebra do Silicon Valley Bank e do Signature Bank dias antes da reunião de março, as autoridades revisaram suas perspectivas de acordo com as projeções
apresentadas no final do ano passado.

Ata justifica aumento dos juros na última reunião

Com a inflação muito acima da meta de 2% e o desemprego baixo, a taxa básica de juros foi elevada em 0,25 ponto percentual em março, para uma faixa de 4,75% a 5%, e disseram no comunicado após a decisão que “alguma política adicional pode ser apropriada”.

Segundo a ata, várias autoridades disseram que consideraram a possibilidade de manter as taxas estáveis em março devido à incerteza no setor bancário, mas que as ações de estabilização do Fed e de outras autoridades do governo ajudaram a aliviar o estresse financeiro.

Algumas outras autoridades disseram que consideraram, por outro lado, retornar o ciclo de um aperto maior da política monetária antes da turbulência bancária, dada a divulgação de números ainda fortes da inflação.

Vários dirigentes observaram que os bancos regionais e comunitários, um pequeno número dos quais passaram por estresse significativo, eram importantes para empréstimos a pequenas empresas e empresas de médio porte e estavam fornecendo serviços financeiros essenciais e exclusivos para muitas comunidades e indústrias, diz o documento.

De toda forma, os participantes do encontro concordaram que o sistema bancário dos EUA permaneceu sólido e resiliente na crise, afirma a ata. (AE)

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