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Dinheiro esquecido nos bancos: correntista saca valor recorde de R$ 328 mil

No primeiro dia de abertura para resgate de dinheiro esquecido nos bancos, Sistema de Valores a Receber do Banco Central libera R$ 62 milhões para 1,6 milhão de pessoas

Dinheiro esquecido nos bancos

Procura foi tão grande no primeiro dia que o sistema chegou a travar por algumas horas | Foto: Getty Images

No primeiro dia de saques após a reabertura do Sistema de Valores a Receber (SVR), cerca de 1,6 milhão de pessoas pediram o resgate de R$ 62,1 milhões, segundo o Banco Central (BC). O balanço abrange os pedidos realizados entre as 10h e as 17h30 de terça-feira (7).

Segundo o BC, o maior valor resgatado por uma pessoa física correspondeu a R$ 328 mil. Em relação às pessoas jurídicas, a maior quantia retirada chegou a R$ 133 mil. Houve mais de 1 milhão de pedidos de saques diretos, por meio das chaves Pix.

Após uma espera média de até duas horas na fila virtual durante a manhã, o tempo de espera reduziu-se rapidamente ao longo da tarde. Por volta das 17h15, a fila estava zerada, segundo o BC.

Em nota, o BC ressalta que o SVR permanecerá aberto para todos, sem interrupções programadas, para que cada um possa recuperar os valores esquecidos no sistema financeiro. “Independentemente do montante, o recurso pertence ao cidadão e deve a ele ser devolvido”, destacou o órgão.

Com a possibilidade de verificação de valores de pessoas falecidas, o Sistema de Valores a Receber (SVR) reabriu nesta terça-feira, após 11 meses fechado. Desde as 10h, os usuários podem agendar o recebimento dos recursos no site Valores a Receber.

As consultas foram reabertas em 28 de fevereiro. Conforme o balanço mais recente do BC, até segunda-feira (6), 23,8 milhões de consultas foram feitas. Desse total, 6,9 milhões (29%) apontaram quantias a receber e 16,8 milhões (71%) não encontraram valores esquecidos.

De acordo com o BC, cerca de 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de pessoas jurídicas têm cerca de R$ 6 bilhões a receber. Para sacar os valores (pessoa física) ou de falecidos, o usuário precisa ter conta no Portal Gov.br de nível prata ou ouro. Para reaver valores de pessoa jurídica, precisa ter conta no Portal Gov.br com o Cadastro Nacional Pessoa Jurídica vinculado (com qualquer tipo de vínculo, exceto colaborador).

O sistema tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também há uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, haverá a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informará a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também haverá mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Sistema trava por excesso de procura

A procura foi tão grande no primeiro dia de reabertura que o sistema travou pela manhã e passou a pedir que os correntistas voltem a fazer consulta outra hora. Antes da abertura às 10 horas a fila para saques do dinheiro esquecido já era de quase 300 mil pessoas, com mais de duas horas de espera.

“Estamos com uma grande fila para acessar o SVR e sabemos que seu tempo é importante! Retorne em outro momento, pois há um número muito grande de pessoas aguardando agora”, diz o aviso no site do banco central. (valoresareceber.bsb.gov.br). O Banco Central informou que o sistema voltou a funcionar, mas às 16 horas a fila de espera no sistema era de mais cerca de 100 mil pessoas.

Aviso do Banco Central na tela do sistema para resgate de dinheiro esquecido nos bancos | Foto: Reprodução

Os cidadãos já podem verificar se têm recursos nessas instituições desde o último dia 28, quando as consultas foram reabertas. Nesta nova fase do SVR, há novidades, como uma sala de espera virtual e a consulta de valores de pessoas falecidas pelos herdeiros e testamentários. O BC alerta que todos os serviços do SVR são totalmente gratuitos e a população não deve fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores (veja outros alertas do BC sobre o SVR no fim da reportagem).

Saiba mais

Confira como consultar se você tem dinheiro esquecido nos bancos e como resgatar.

Como consultar
O Banco Central alerta que o único site para a consulta dos valores a receber é o https://valoresareceber.bcb.gov.br. É preciso acessar o site e clicar em “Consulte se tem valores a receber”. Insira os dados e clique em “Consultar”.

A orientação do BC é que, se o resultado da consulta for positivo, o usuário deve retornar ao mesmo site a partir do dia 7 de março, às 10h, quando o sistema estará aberto, para que consiga acessar o Sistema de Valores a Receber e saiba como solicitar a devolução.

Como resgatar
Quando o sistema estiver aberto, após a consulta mostrar que há valores a receber, o cidadão deverá clicar em “Acessar o SVR” e, se não houver fila de espera, ele será direcionado para a página de login gov.br. Veja o que será necessário para o acesso:

  • Para acessar os valores do usuário (pessoa física) ou de pessoas falecidas, a conta gov.br precisa ser de nível prata ou ouro;
  • Para acessar valores de pessoa jurídica, a conta gov.br precisa ter o CNPJ a ela vinculado (qualquer tipo de vínculo, exceto Colaborador).

O usuário terá 30 minutos dentro do sistema. Ele irá acessar a opção “Meus Valores a Receber” (a depender do objetivo, também poderá escolher outra opção, como a “Valores para Pessoas Falecidas”). Depois, deve ler e aceitar o Termo de Ciência e verá na tela o valor a receber, o nome e os dados de contato da instituição que devolverá o valor e a origem (tipo) do valor. Em alguns casos, aparecerão também outras informações.

O usuário deve clicar em “Solicitar por aqui” e selecionar uma chave Pix, caso em que a instituição devolverá o valor em até 12 dias úteis, não necessariamente via Pix (pode ser realizada TED ou DOC). É importante guardar o número de protocolo.

Caso não apareça a chave Pix disponível para seleção, é possível criar uma chave em uma instituição bancária e voltar ao sistema para tentar novamente solicitar o valor. Ou então, o usuário deverá entrar em contato diretamente com a instituição financeira por telefone ou e-mail informados ali para combinar a forma de devolução.

Se o sistema não oferecer a opção “Solicitar por aqui”, o usuário também deverá entrar em contato com a instituição listada, por meio dos canais informados ali. Nos casos em que o solicitante entra em contato com a instituição, ela não é obrigada a devolver o valor em até 12 dias úteis.

O usuário poderá exibir o comprovante, que tem informações sobre o valor a receber, as solicitações realizadas e o protocolo de solicitação (no caso de solicitação com chave Pix). É possível salvar, imprimir ou compartilhar o comprovante.

Banco Central alerta sobre golpe do dinheiro esquecido nos bancos

O BC esclarece que não envia links nem entra em contato para tratar sobre os valores a receber, nem para confirmar dados pessoais, e que o usuário não deve clicar em nenhum link suspeito recebido por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram. Os links podem ser maliciosos, colocando em risco a segurança do usuário.

“Somente a instituição que aparece no Sistema de Valores a Receber é que pode te contatar e ela NUNCA vai pedir sua senha”, diz o BC. Esse contato pode ser realizado eventualmente, apenas pela instituição listada no SVR, por meio de telefone ou e-mail indicados pelo usuário no sistema, para tirar dúvidas sobre a forma de devolução do dinheiro. (Com Agência Brasil e AE)

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