Dólar cai a R$ 4,66, menor valor desde o início da pandemia
Com forte entrada de capital estrangeiro, moeda americana atingiu o menor nível desde março de 2020, quando chegou a R$ 4,64
01/04/2022A alta da taxa básica de juros aliada ao boom das commodities tem feito do Brasil um ambiente seguro e rentável para o investidor. Com isso, a Bolsa brasileira recebeu no acumulado de três meses cerca de R$ 60 bilhões de dinheiro estrangeiro.
Com isso, o real se valoriza em relação ao dólar. A moeda americana atingiu nessa sessão o menor nível desde março de 2020, quando chegou a R$ 4,64. A divisa fechou em queda de 1,97%, a R$ 4,6673, depois de oscilar entre R$ 4,6628 e R$ 4,7339. Na semana, o recuo do dólar foi de 1,69%
Saiba mais
- Balança comercial tem superávit recorde de US$ 7,4 bilhões em março
- Veja como operar na bolsa de valores com a solidez da Safra Corretora
- Invista com segurança e baixo valor de aplicação
Segundo Paulo Nepomuceno, responsável pela mesa de derivativos da Mirae Asset, o real foi a moeda que mais se desvalorizou frente aos pares emergentes desde 2020.
“Desde fevereiro de 2020, a desvalorização do real foi de 34,75% e as outras moedas perderam, em média, 8%”, disse Nepomuceno. “Mesmo em um ano de eleição, o Brasil tem sido a moeda preferida dos investidores, pois se fortaleceu com a alta das commodities e estamos vivendo uma calmaria na política.”
Segundo ele, outro fator que atraiu o investidor foi a alta taxa de juros no país. Atualmente, a Selic está em 11,75% e a estimativa, do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é de que os juros alcancem 12,75% ao final do ano. Pela pesquisa Focus, no entanto, a expectativa das instituições financeiras é de que ao final do ano a taxa esteja em 13%.
“Com a alta dos juros básicos, a moeda ficou mais atraente para a volta de capital brasileiro que estava no exterior e também atraindo capital externo propriamente dito”, ressaltou. “Isso faz com que a cotação do dólar caia no país e acredito que ao final do ano possa chegar a R$ 5.”
Nepomuceno acrescentou, no entanto, que um dos problemas que o real enfrenta é o risco político, o que tem que ser incorporado pelo mercado. “Até o momento estamos vendo pouca movimentação política”, disse. “É bem difícil dizer por quanto tempo isso continuará.”
Para ele, após o período eleitoral, o real tem força para se valorizar ainda mais e chegar ao patamar de R$ 4,30 frente ao dólar, no próximo ano. “Precisamos passar a eleição e, ai sim, com a confirmação do novo executivo, poderemos acompanhar os fluxos estrangeiros e saber ao certo como será o movimento de queda da moeda americana.”