Empreendedorismo feminino: o exemplo das agentes autônomas

No sábado, dia 19 de novembro, será comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. Na data, assessoras da rede credenciada do Safra Invest reforçam a importância e o crescimento da presença feminina nesse segmento. São histórias inspiradoras de agentes autônomas de investimento do Safra que decidiram empreender no mercado de agentes autônomos, que segue em franca expansão.

Formado por três sócias – Juliana Leite, Desireé Sponholz e Divina Negre – o Maximum Capital é um escritório credenciado ao Safra Invest com sede em Palmas, capital do Tocantins. Juliana, formada em Administração de Empresas, tem mais de dez anos no mercado financeiro e, para ter mais suporte ao começar a empreender, buscou outras sócias para crescer nas cidades da região. O plano era dar um atendimento mais exclusivo e diferenciado aos seus clientes, apoiada pelos produtos e serviços do Safra. Apesar dos desafios nesse mercado, ela nunca teve problemas de discriminação junto de seus clientes. “Nós, mulheres, podemos ser o que quisermos. Não podemos nos limitar. Temos de encontrar nosso propósito e o que gostamos de fazer, lutando sempre e tendo clareza do que fazemos”, comenta Juliana.

Desireé, formada em Administração de Empresas e em Direito, com trajetória no mercado financeiro, recebeu a proposta de Juliana com certo receio: “Sempre quis empreender como plano B, mas o grande desafio tem sido adaptar a rotina de ex-bancária à de empreendedora”. As sócias seguem entrevistando novos agentes autônomos de investimento e querem crescer para outras cidades e estados, como Pará, Maranhão e Bahia. Desireé aproveita para dar sugestões às novas assessoras: “Busquem conhecimentos técnicos, de negociação e de como ler os anseios do seu cliente, tenham muita resiliência e estejam também em contato com o cliente, sempre com foco em suas necessidades”.

Divina é a sócia que completa esse trio de empreendedoras. Ela é contadora e trabalhou por 19 anos no maior cartório de Notas do Estado do Tocantins. Saiu de lá há cinco anos e sempre gostou da área financeira. Decidiu focar seus estudos nessa área, tirou as certificações necessárias e se juntou nessa sociedade de mulheres agentes autônomas de investimento.

“Vamos ser o escritório de referência no Tocantins e região nesta área, e vamos expandir, até junho do ano que vem, para as cidades de Gurupi e Araguarina. Trabalhamos para ser um escritório completo, que supre todas as necessidades dos investidores”, destaca Divina.

Mulheres abrem espaço como assessoras de investimento

Outra potência nesse mercado é a agente autônoma Ana Carolina Vorcaro, sócia da Sits Capital, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Formada em Direito e com passagens por escritórios e multinacionais, Ana sempre quis atuar no mercado financeiro, mas tinha receio por ser um ambiente predominantemente masculino, com menos oportunidades e espaço para as mulheres.

“Nascemos e crescemos em uma cultura machista, por isso, sempre me espelhava em chefes homens e não nas minhas líderes mulheres. Foi só quando entrei no mercado financeiro que entendi que poderia ser um exemplo como mulher no mercado de trabalho”, pontua.

O Sits é o primeiro escritório Safra Invest em Belo Horizonte, e ela é a única mulher entre quatro sócios, num total de 15 colaboradores. “Apesar de ser um mercado masculino e agressivo, as mulheres podem e devem ser protagonistas. Elas possuem a habilidade de ter uma visão mais sensível, podem ser mais capazes, mais dedicadas, são multifuncionais e não podem ter medo de dar suas opiniões e nem de se provar neste mercado. Sempre tive o desafio e a missão de trazer mais mulheres para este mercado, pois somos tão capazes quanto os homens, e juntos podemos fazer uma entrega ainda mais completa para os nossos clientes”, ressalta Ana.

Adriana Takaki tem uma carreira brilhante de mais de 20 anos e vários reconhecimentos no mercado financeiro. Deixou tudo isso para trás para empreender no ramo alimentício. Decidiu vender seu negócio e retornar ao mercado financeiro com seu escritório próprio. Hoje é sócia na Sunrise Invest, escritório credenciado ao Safra Invest.

“A melhor escolha da minha vida foi ser agente autônoma de investimentos. Sou protagonista da minha própria história; mulher definitivamente não é sexo frágil”. Ela consegue fazer a própria agenda e administrar muito bem seus horários entre família, amigos, trabalho e lazer. “Hoje consigo ter mais tempo para os meus filhos e consigo acompanhar o crescimento deles, além de ter mais tempo para mim, mas sempre com foco nos meus clientes, conciliando todas essas agendas. Tudo depende de como gerenciamos nosso tempo. As mulheres não podem mais ter problemas com o próprio protagonismo”, comenta Adriana.

Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos apoia o empreendedorismo feminino

A ABAI (Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos), fundada em 17 de março de 2015, é a entidade que tem por objetivo organizar o setor, com o intuito de ganhar representatividade na defesa dos direitos e interesses da categoria, junto às entidades públicas e aos órgãos reguladores.

Em 4 de agosto de 2021, a entidade criou o Projeto Elas+: nele, o núcleo feminino da ABAI, composto por assessoras voluntárias, tem o propósito de determinar a participação e relevância das mulheres nas tomadas de decisão entre os escritórios associados. Como objetivos, o projeto quer fomentar a participação feminina no setor; aumentar o engajamento de mulheres de escritórios não associados; e difundir conhecimentos e troca de experiências para buscar o desenvolvimento das profissionais atuantes.

Os pilares são atração, retenção e ascensão, estabelecidos pela Fin4She, empresa inspiradora desse projeto. Ao longo dos últimos anos, já promoveram vários eventos sobre o Outubro Rosa, série de entrevistas em vídeo com mulheres do mercado financeiro contando sobre suas jornadas e as dificuldades do protagonismo na carreira. Para o futuro, há muitos projetos de apoio e fomento ao crescimento das mulheres no mercado de assessores de investimentos.

Cristiane Lacerda, coordenadora do Projeto Elas+ da ABAI, diz que o número de mulheres assessoras de investimentos tem crescido e já chega em 30% nos escritórios credenciados à ABAI. Ela reforça que, infelizmente, esse número ainda não cresce tão rapidamente por dois motivos: uma em razão de as mulheres ainda terem receio de deixar a estabilidade de um emprego CLT (que é falsa), e outro pela questão cultural, do estigma que a mulher ainda tem de ‘não saber lidar com dinheiro, que isso sempre foi tarefa dos homens’.

A Ancord – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias – fez um levantamento do número total de mulheres que possuem registro ativo como AAIs. Elas são 4.423, representando 22% desse mercado. “Ou seja, ainda existe muito espaço de crescimento para as mulheres, e elas tem todas as condições para serem ainda mais protagonistas no mercado de assessores de investimentos no Brasil”, afirma Cris.

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