Energia solar conquista mercado com as altas na conta de luz
Em meio à crise hídrica e reajustes nas tarifas de energia, empresas fornecedoras de equipamentos de captação solar conquistam mercado
19/07/2021Com o aumento do custo de energia, por causa da bandeira vermelha 2, a alternativa da energia solar vem ganhando espaço no mercado brasileiro. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a geração a partir de placas de energia solar deve saltar de 4,4 gigawatts para 8,3 gigawatts em 2021.
Os investimentos nessa área, tanto de consumidores, quanto de fabricantes, devem chegar a R$ 17,2 bilhões.
“Antes, falávamos que era uma energia do futuro, mas já se tornou uma energia do presente, mesmo estando instalada ainda em 0,7% do total de casas”, afirma Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar.
Energia solar representa 21,5% da matriz energética
Segundo projeções realizadas pela Bloomberg New Energy Finance, cerca de 21,5% de toda a matriz energética brasileira será de responsabilidade da geração distribuída em 2050.
De olho nesse potencial, a empresa paulistana Sunenergia, criada em 2016, tem boa parte do faturamento com clientes pequenos e médios do comércio, como concessionárias de veículos e residências.
A companhia cresceu 51% em 2020 e pretende triplicar de tamanho neste ano. Segundo Eduardo Sibulka, diretor comercial da empresa, a instalação já faz sentido para quem paga contas a partir de R$ 250 mensais. Obviamente, quanto mais cara a conta, mais rápido será o retorno do investimento.
“É um sistema que se paga rapidamente, e o aumento exacerbado das contas de energia está trazendo um movimento de procura muito grande”, afirma Sibulka. Segundo o executivo, o processo de instalação também está sendo bem rápido: do primeiro contato até a última fase da instalação, são 70 dias.
Investimento tem retorno garantido
De acordo com um levantamento realizado pela empresa de soluções em energia Comerc em capitais de todo o País, o tempo médio de retorno do investimento de empresas e de consumidores residenciais na geração distribuída varia entre quase 4 anos, em Cuiabá (MT), e 6 anos e meio, em Curitiba (PR).
Em São Paulo, que possui maior quantidade de consumidores, a conta costuma fechar em 5 anos e 10 meses. A Comerc leva em conta tanto o potencial de geração energética (que é a incidência solar na região), quanto o preço médio cobrado pelas distribuidoras em cada localidade.
De acordo com o marketplace de energia solar 77Sol, a demanda está crescendo de maneira muito acelerada. A empresa conecta 3 mil parceiros (entre empresas e instaladores) a clientes.
Vendo o aumento da procura, a startup está preparando um curso para formar mais instaladores – mesmo sem esse curso, a plataforma tem visto o número de profissionais crescer de 300 a 400 por mês.
“Precisamos correr atrás da oferta, pois, se não tivermos capacidade suficiente para atender à demanda, vamos frustrar o mercado”, diz Nicola Giani, presidente da 77Sol. (AE)