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Europa prepara reabertura da economia com cautela

Avanço da vacinação nos países do bloco europeu permite traçar estratégia para superar os estragos humanos e econômicos da covid-19

Turista em Paris

na França, crianças da educação infantil e ensino fundamental voltaram às aulas após três semanas de fechamento das escolas | Foto: Getty Images

A Europa tenta voltar à normalidade com a retomada das aulas na França, a suspensão parcial das restrições na Itália e o anúncio da volta de turistas americanos a partir de junho aos países da União Europeia (UE).

O avanço da vacinação permite traçar novas estratégias para superar os estragos humanos e econômicos causados pela covid-19.

Diante de uma opinião pública cada vez mais relutante com as medidas que restringem sua liberdade de movimentos e atividades, alguns governos optam por flexibilizar as regras com cautela, no momento em que a situação sanitária mostra alguma melhora. É o caso da Itália.

O país reabriu nesta segunda-feira, 26, as áreas externas de bares e restaurantes, assim como as salas de espetáculos, apesar do toque de recolher noturno a partir das 22 horas continuar em vigor.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, reconheceu que está assumindo um “risco calculado”, enquanto o país continua registrando a média de mais de 300 mortes diárias por covid-19, embora os contágios e as hospitalizações tenham diminuído.

Além disso, o governo apresentou um colossal plano de 222,1 bilhões de euros (1,46 trilhão de reais) para estimular a economia, financiado em sua maior parte pela União Europeia (UE). A terceira maior economia da União Europeia perdeu quase um milhão de empregos e registrou uma queda de seu PIB de 8,9% em 2020.

Para obter o dinheiro inesperado, o governo teve que elaborar um plano de gastos detalhado e, entre as prioridades, estão a reforma de boa parte das infraestruturas, uma verdadeira modernização do país, que inclui a renovação e construção de novas ferrovias, estradas e portos. Outro ponto importante será a transição ecológica, projetos de energia com hidrogênio e fontes renováveis, assim como a digitalização do país.

França retoma aulas presenciais

Na França, onde o vírus continua circulando ativamente com um número de pessoas na UTI maior que o da segunda onda da pandemia, as crianças da educação infantil e ensino fundamental voltaram às aulas após três semanas de fechamento das escolas. Essa é a primeira fase da reabertura escolar e representa um retorno de cerca de 6,5 milhões de alunos.

Esta reabertura impulsionada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, desperta críticas por parte do corpo médico e alguns professores. Os alunos de ensino médio voltarão às aulas no dia 3 de maio, quando cerca de 5,7 milhões de estudantes retornarão às atividades presenciais.

Segundo afirmou Macron, o retorno à escola ajudaria a combater a desigualdade social, permitindo que os pais que lutam para pagar por creches voltem a trabalhar, mas os sindicatos alertaram que novas infecções levariam a uma “enxurrada” de fechamento de salas de aula.

Touradas suspensas na Espanha

Um sinal de que a Europa ainda está longe da situação pré-pandêmica, a festa de São Firmino de Pamplona (norte da Espanha), conhecida pelas corridas de touros e que atrai milhares de turistas, foi suspensa pelo segundo ano consecutivo, anunciou o prefeito.

No mundo, os países, afetados economicamente pelo vírus, buscam impulsionar as viagens internacionais, mas esses tipo de “bolhas” tiveram um sucesso limitado até agora. A União Europeia (UE) anunciou que os turistas americanos vacinados poderão viajar para o bloco a partir de junho.

Em entrevista ao New York Times, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse no domingo 25 que a retomada das viagens será facilitada pelo fato de os americanos terem aprovado os mesmos imunizantes que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

O ritmo acelerado da vacinação nos EUA e as negociações avançadas entre americanos e europeus para a implantação de um certificado de vacinação, como prova de imunidade para os turistas, segundo Ursula, foram fundamentais para Bruxelas recomendar a mudança na política de viagens.

Até agora, viagens não essenciais para a UE foram oficialmente proibidas, com exceção de visitantes de uma pequena lista de países com um número muito baixo de casos de coronavírus, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul. (AE)

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