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Ferrovias têm previsão de R$ 100 bilhões de investimentos no Brasil

Cenário para o setor ferroviário é positivo e deve continuar favorecido pelas exportações, puxadas por commodities agrícolas e minerais

Ferrovia

Ministério da Infraestrutura contabiliza 23 pedidos de autorização | Foto: Getty Images

Após o governo federal editar a Medida Provisória que institui o regime de autorização para implantação de novas ferrovias, o Ministério da Infraestrutura já contabiliza 23 pedidos de autorização que totalizam R$100 bilhões em investimentos.

O cenário para o setor ferroviário é bastante positivo e deve continuar sendo favorecido pelas exportações brasileiras, puxada por commodities agrícolas e minerais.

Contudo, o volume de pedidos de autorização aumenta o risco de sobressaltos (mais de uma empresa interessada em operar o mesmo trecho) e liberação dos projetos pelo TCU (Tribunal de Contas da União), segundo análise do Banco Safra.

O regime de autorização substitui o regime de concessão, feito por leilão, e a empresa interessada na construção da ferrovia envia uma proposta ao governo e, caso atenda aos requisitos, o projeto é aprovado.

Nesse modelo, a empresa assume maiores riscos, mas é garantido maior autonomia e não precisa devolver o empreendimento ao final do período determinado na contratação. O estado se limita a um papel de fiscalizador.

Ferrovias apresentam planos de novas malhas

Importantes companhias do segmento, como RUMO e VLI, já apresentaram propostas de novas malhas ferroviárias sob o regime de autorização.

A RUMO assinou contrato com o governo estadual do MT para a construção de um trecho férreo de 730 km e a VLI protocolou 2 pedidos para construção de novos trechos, um em MG e outro no MT. Recentemente, a MRS conseguiu renovação junto a ANTT de sua concessão ferroviária. Nessa renovação está previsto a construção de um novo trecho de 56 km.

Companhias atuantes em outros segmentos também registraram pedidos para construção de novas ferrovias, por exemplo, a Minerva (setor de proteína) e a Petrocity (setor portuário) já protocolaram pedidos. Esses projetos são caracterizados como trechos shortline, mais curtos do que os operados atualmente e são bastante comuns nos Estados Unidos.

Visão do Safra

A carga transportada pela malha ferroviária brasileira é composta essencialmente por minério de ferro e grãos, que são deslocados desde o produtor até os principais portos do país. A demanda internacional dessas commodities deve se manter forte, favorecendo também as companhias de logística, em especial, as de ferrovia.

Os investimentos em expansão serão necessários para dar conta da demanda e escoamento mais ágil da produção, e beneficiará também os produtores, uma vez que o aumento na concorrência pressiona o preço do frete de transporte para baixo.

Por outro lado, maiores volumes transportados e aumento no número de clientes poderá fortalecer a geração de caixa das companhias ferroviárias, segundo o Banco Safra. O Ministério da Infraestrutura estima um salto do modal ferroviário na matriz de transporte brasileira, saindo dos atuais 15% para 40% até 2035.

O mercado de crédito privado (debêntures, CRA e CRI, por exemplo) deve sentir um aumento no volume de emissões pelos grandes players do mercado, que podem vir a buscar financiamento no mercado de dívida para dar conta dos investimentos de expansão da malha.

Possíveis efeitos na alavancagem devem ser suavizados por conta do aumento no EBITDA das companhias, avalia o Safra.

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