A desaceleração da atividade mundial fortalece a possibilidade de início do ciclo de redução da taxa de juros pelos principais bancos centrais.
Nos EUA, a demanda doméstica deverá acomodar com o fim do impulso fiscal e com os impactos do aperto monetário realizado nos últimos dois anos, o que tem levado à estabilização do saldo de empréstimos bancários para o consumidor.
Além disso, a massa de renda com trabalho tem desacelerado e a taxa de poupança das famílias poderá subir moderadamente no segundo semestre.
Os primeiros sinais do arrefecimento já apareceram no início desse ano, como a queda das vendas de varejo e a retração das encomendas de produtos industrializados, especialmente de bens duráveis.
O ajuste em curso do mercado de trabalho deverá continuar nos próximos trimestres, com a estabilização da demanda por mão de obra pelas empresas e com o aumento da oferta beneficiada pela imigração, o que colabora para reduzir as pressões inflacionárias.
Assim, mantemos a perspectiva de que o Fed iniciará o ciclo de redução da taxa de juros em meados desse ano.
A atividade econômica brasileira apresentou bom desempenho no início do ano, suportando a nossa expectativa de que o PIB real deverá expandir em torno de 2,5% em 2024.
A resiliência do mercado de trabalho e a recuperação do mercado de crédito, além da redução da inflação, suportam a expansão do consumo das famílias.
Queda de juros favorece mercado de ações
A melhora da confiança dos empresários nos últimos meses, influenciada pelo ciclo de redução da taxa de juros, também antecipa uma gradual recuperação dos investimentos.
Por fim, o maior número de dias úteis também impulsionará a produção nacional nos próximos trimestres.
Seguimos com uma visão positiva para o mercado acionário brasileiro que contempla perspectiva de recuperação de resultados corporativos num ambiente de juros em baixa e atividade econômica aquecendo e valuations atrativos.