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Ilton Caldeira

Davos 2024: inteligência artificial, energia limpa, paz e trabalho

Fórum Econômico Mundial de Davos debate desafios globais representados por guerras, empregos, inteligência artificial e transição energética

engenheiros diante de torres eólicas

A transição energética para superar o desafio climático, o emprego e a inteligência artificial estão entre os desafios urgentes o Fórum Mundial | Getty Images

O calendário andou algumas casas e chegamos a 2024, onde antigos e novos desafios se mesclam em um cenário desafiador. Tendo como base quatro pilares que devem pautar boa parte das decisões políticas e seus reflexos na economia, e no bolso de todos, terá início em 15 de janeiro a 54ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.

Tentar fazer uma leitura correta de algumas dessas dinâmicas pode nos ajudar a navegar com mais preparo e compreensão dos acontecimentos.

Quando falamos de guerra, é necessário saber de qual delas estamos nos referindo já que apenas algumas estão sob as luzes das manchetes. No momento em que escrevo este artigo, o Portal Online do Estado de Direito em Conflitos Armados (RULAC, na sigla em Inglês), da Geneva Academy, monitora mais de 110 conflitos armados em todas as regiões do globo, seus desenvolvimentos e as possíveis regras do Direito Internacional que poderiam ser aplicadas. Temos desde conflitos recentes a outros que já duram mais de 50 anos, sem uma solução factível no radar.

A rápida evolução tecnológica tem gerado mudanças significativas em diversos setores, impactando diretamente a economia, a privacidade e até mesmo as relações sociais. No cenário mundial de 2024, a ascensão da inteligência artificial (IA) se destaca como um dos principais desafios.

No aspecto econômico, a automação impulsionada pela IA tem transformado o mercado de trabalho, gerando preocupações sobre a substituição de empregos tradicionais por máquinas inteligentes. Esse fenômeno não apenas requer a requalificação da força de trabalho, mas também levanta questões éticas sobre o papel da IA. Como lidar com o aumento da automação sem comprometer a dignidade e a estabilidade do emprego e geração de renda?

Além disso, a IA levanta preocupações sobre a privacidade e a segurança dos dados. O uso extensivo de algoritmos inteligentes para análise de informações pessoais levanta questões sobre quem controla esses dados e como são utilizados. A proteção da privacidade torna-se crucial para evitar abusos e garantir que os benefícios das novas tecnologias sejam distribuídos de maneira justa e equitativa.

Não se trata aqui de demonizar, ou de frear o desenvolvimento de avanços tecnológicos. Existem desafios, mas também surgem oportunidades. Entre as tarefas mais imediatas está a qualificação ou requalificação da força de trabalho. À medida que empregos tradicionais são automatizados, a demanda por habilidades especializadas em tecnologia, análise de dados e resolução de problemas complexos aumenta.

A implementação de tecnologias disruptivas pode resultar na perda de empregos em certos setores, exigindo estratégias de políticas públicas que visem a criação de novas oportunidades de colocação.

Garantir que a educação e o treinamento profissional estejam alinhados com as demandas do mercado de trabalho e incentivar o empreendedorismo com inovação podem mitigar impactos negativos.

Todos esses temas dialogam de perto com as demandas para o estabelecimento de bases para um desenvolvimento mais sustentável. Em 2024, a transição energética seguirá como um tema central. Embora avanços em energias renováveis tenham sido significativos, o maior obstáculo enfrentado na transição energética continua sendo a superação da dependência de combustíveis fósseis.

Em síntese, os desafios globais em 2024, representados pela  ausência de caminhos de paz para os conflitos armados, a ascensão da inteligência artificial, as transformações no mercado de trabalho e a transição energética, exigem abordagens colaborativas e inovadoras. A busca por soluções sustentáveis e socialmente responsáveis é essencial para construir um futuro mais equitativo e resiliente.

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Ilton Caldeira é jornalista de Economia e Política e especialista em Relações Internacionais pela FGV-SP. Nos Estados Unidos é Head de Comunicação da Dell’Ome Law Firm e sócio da consultoria Smart Planning Advisers.

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