Um dos indicadores mais prosaicos do pulso da economia são as vendas de varejo. O volume de vendas obviamente se associa de modo direto com o ritmo de atividade. O comércio, bens e serviços, de modo geral, é o primeiro segmento a sentir os efeitos de um movimento expansionista ou contracionista.
Portanto, as tendências de consumo, parte significativa do produto, ou seja, mais de 60% do PIB, devem ser acompanhadas de modo a identificar o ritmo da economia nacional. O IBEVAR-FIA realiza mensalmente previsões econométricas das vendas de bens considerando os onze segmentos do varejo brasileiro.
As vendas de varejo para o período março-maio de 2024 continuam muito desaquecidas. De fato, no conceito varejo restrito, que exclui veículos e material de construção, a previsão IBEVAR – FIA é de uma queda de 0,5%. Entretanto, no conceito varejo ampliado a queda é bem mais pronunciada, ou seja, 3,1%.
Excluindo os segmentos Combustíveis, Alimentos e Material de Escritório, que não devem variar, todos os demais tem estimativa de recuo. Listando pelo tamanho da contração Livros e Revistas (-15,3%), Tecidos e Vestuário (-9,8%), Veículos (-6,6%), Artigos de Uso Pessoal (-6,4%), Móveis e Eletrodomésticos (-4,2%) e Material de Construção (-2,7%), Hiper e Supermercados (-0,4%) e Artigos Farmacêuticos (-0,2%).
Como se vê os efeitos contracionistas não são apenas significativos, mas estão presentes de modo espalhado, ou seja, em praticamente todos os segmentos que compõem o varejo nacional. Dito de outro modo, infelizmente, o estetoscópio indica batimentos mais fracos produzidos pelo nível de atividade.