Há muitas décadas, no campo organizacional surgiram as primeiras teorias de liderança que apresentavam uma tendência de que os líderes eram natos. Não só isso, mas que ainda haveria traços físicos – como altura, tom da voz – e personalidade – firmeza, disciplina – para caracterizar os líderes. Seria como afirmar que os líderes nascem predestinados, a partir de um conjunto de características, com a qualificação para exercer tal função.
Ao longo do tempo, cada vez mais essa ideia foi caindo por água abaixo. Por quê? Muitas pessoas se mostraram com ótima capacidade de liderança, mesmo não sendo altas, sem voz grave, não sendo herdeira, ou sendo mulher, por exemplo. Isso tudo foi contrariando as teorias iniciais de liderança, passando o recado de que um bom líder poderia ser desenvolvido.
Inúmeras teorias de liderança foram sendo desenhadas nessas últimas décadas. Nenhuma é totalmente verdadeira, mas cada uma possui alguma razão e contribui para a compreensão do tema. Liderança democrática, situacional, liberal, autocrática, inspiracional, transformacional, empática, inclusiva e tantas outras. Cada uma delas explica sobre os aspectos de liderança, gerando mais possibilidades de como liderar melhor.
Assim, podemos nos inspirar e aprender continuamente sobre liderança para ser um(a) grande líder. Porém, será que esse desenvolvimento serve para todos? Talvez, não. Se fosse uma verdade absoluta, não teríamos líderes ruins pelas empresas, já que as organizações e/ou próprios gestores poderiam se qualificar para essa posição. E não é o que acontece.
Deve haver uma predisposição e um potencial mínimo para que possamos formar líderes. Há quem não queira, não possa ou não consiga. E faz parte. Já conheci muitas pessoas que abdicaram desse espaço porque, pelo autoconhecimento, reconhecem que não podem liderar pessoas. E está tudo bem, há muitos trabalhos a serem feitos.
Quando penso em bons líderes, me vêm à cabeça vários nomes, como Luiza Trajano, Nelson Mandela, Barack Obama, Bill Gates, Serena Williams, Mark Zuckerberg, Pia Sundhage e outros. Eles são das empresas, dos governos, dos esportes, com a principal característica de influenciar as pessoas para um propósito.
Então, na verdade, não se nasce líder e nem toda pessoa terá as condições necessárias para liderar, mesmo que seja aprovado no melhor curso de gestão. Liderança é uma combinação de querer com poder, com o objetivo de conquistar o melhor para as partes envolvidas.