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Petróleo deixa o Fed em situação delicada e pressiona as bolsas

Notícia do ataque à maior usina nuclear da Europa agrava o quadro da economia global e altera o cenário para os investimentos

petróleo

Especialista do Banco Safra recomenda busca de mecanismo de proteção para investimentos em momentos de crise | Foto: Getty Images

Ontem, por volta das dez horas da noite, os celulares dos investidores brasileiros vibraram com uma notificação a respeito da guerra que assola o leste europeu. A notícia informando que os ataques russos haviam atingido a maior usina nuclear da Europa e que existia risco de um desastre dez vezes maior do que Chernobyl abalou os mercados e elevou ainda mais o preço do petróleo. Como era de se esperar, a bolsa japonesa, que operava em alta, caiu 3% em poucos minutos e os títulos americanos voltaram a ser procurados pelos investidores. As tensões no velho continente pioram a cada dia, as ações do Putin parecem não condizer com as notícias vinda do Ocidente e o sentimento do investidor passa a ser de aversão a risco e busca por proteção.

Após o temor inicial da notícia, os ânimos começaram a arrefecer, quando a Ucrânia divulgou uma nota informando que os incêndios haviam sido controlado e o risco de um desastre era baixo. Uma boa notícia para o mundo, mas não suficiente para acalmar os investidores. Os futuros americanos abrem em leve queda, enquanto a Europa, dada sua proximidade ao conflito, sofre bastante. Quase todas as bolsas europeias caem mais de 2,5% no momento.

Saiba mais

Corroborando com o senso comum do mercado, as commodities continuam subindo. O petróleo já passa dos US$110 o barril (20% nas últimas duas semanas) e a preocupação a respeito da inflação e de um juro real baixo aumenta a cada nova notícia. Nesse cenário, acreditamos que a situação do Federal Reserve é bastante complicada e com pouca margem de manobra, dado que o plano de aumentar suas taxas para conter a inflação está sendo muito dificultado pela situação geopolítica. Caberá ao mercado resolver essa situação através da precificação de ativos de risco para baixo.

Os impactos da valorização do petróleo na inflação mundial são bem elevados. Estima-se que o preço atual pode elevar em 0,2pp o indicador, mas aumentaria para mais de 0,5pp em um cenário de US$150 o barril. Além disso, existe um risco de crescimento negativo no mundo e queda no sentimento do consumidor. Sem dúvidas isso respingaria nos ativos de risco de todo o mundo.

Todas as incertezas geradas pelos fatos citados impactam a Europa de forma muito violenta. Com receio da proximidade física do conflito, o dinheiro está fugindo do continente e migrando para a América. Uma ótima notícia para os brasileiros. O Ibovespa está acima dos 115.000 pontos e o real se valorizando. O Banco Safra reitera a visão otimista para o ano. Na busca por ativos descontados, as empresas brasileiras se destacam positivamente.

Mesmo com o pensamento construtivo para Brasil, o Safra reforça que em momentos como esse a busca por proteção é crucial. Utilizar parte dos ganhos auferidos recentemente para comprar estruturas de proteção nos parece uma ideia prudente.

Sugestões para buscar proteção para os investimentos no contexto atual

1) Compra de uma trava de baixa em BOVA11 com strikes 100%/80% e vencimento para dezembro/22. O investidor paga apenas 4,5% pela proteção de 20%.

2) Compra de uma opção de venda com strike 100%, knockout no 65% e vencimento para dezembro/22. O investidor paga 3,5% e possui 100% de proteção para uma queda de até 35%.

Esperamos que a proteção seja desnecessária e os conflitos resolvidos o mais rápido possível.

Um ótimo dia a todos e bons negócios!

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