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Ibovespa recua pelo quarto dia seguido e retorna aos 108 mil pontos

Bolsa fecha em queda de 1,55%, aos 108.367 pontos, com receio do mercado sobre os efeitos fiscais da medida para baixar os combustíveis

Mercado financeiro

Na véspera, Ibovespa caiu 0,11%; com o resultado, passou a acumular queda de 1,15% no mês e no ano, tem alta de 5,12% | Foto: Getty Images

O Ibovespa engatou a quarta queda seguida nesta sessão. O principal índice da Bolsa brasileira recuou e retornou aos 108 mil pontos, afetado pelas empresas ligadas às commodities metálicas que caíram em bloco.

O Ibovespa despencou 1,55%, aos 108.367 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular queda de 1,70% no mês. No ano, tem alta de pouco mais de 3%.

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Os índices americanos também desaceleraram nesta sessão. Dow Jones recuou 0,81% e S&P500 caiu 1,08%. Nasdaq perdeu 0,73% nesta quarta-feira.

Com o preço do minério de ferro em queda na China e movimento de realização de lucros, a Vale recuou mais de 3%, pesando no Ibovespa.

Os contratos futuros de minério de ferro caíram, com o sentimento do mercado afetado pela redução da lucratividade nas siderúrgicas chinesas após uma recente alta nos preços dos ingredientes siderúrgicos.

O minério de ferro mais negociado para entrega em setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas em queda de 0,5%, a 926,50 yuans (US$ 138,85) a tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de minério de ferro mais ativo de julho caiu 0,2%, para US$ 144,30 a tonelada. Com isso, o papel da Vale recuou 3,44% nesta sessão.

“As ações da Vale em meados de maio chegaram a valer R$ 75 e subiram recentemente em linha reta até R$ 90 e esta alta forte veio especialmente após fim do lockdown na China”, afirmou Leandro Petrokas, Diretor de Research e sócio da Quantzed. “Agora temos movimento de realização de lucros.” 

Segundo ele, o Ibovespa também foi afetado pelo risco fiscal no Brasil com o projeto que tramita no Congresso para baixar os preços dos combustíveis.

O presidente Jair Bolsonaro propôs ao Congresso compensar Estados e municípios para zerar a alíquota do ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha até 31 de dezembro deste ano.

A proposta inclui também a desoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol, que também seriam zerados, e valeria até o fim deste ano. As renúncias fiscais de impostos federais ficariam acima de R$ 25 bilhões e abaixo de R$ 50 bilhões.

“Temos alguns aspectos importantes como questões relacionadas ao descontrole fiscal, com a redução do ICMS dos estados com a União repassando recursos para compensar queda na receita e isso não soou bem para o mercado”, disse. “As falas do presidente atacando o SFT em rede pública defendendo a tese de que as urnas não são confiáveis, isso tudo gera uma instabilidade no cenário local.”

Petrokas ressaltouo, ainda, que o cenário internacional há um grande impacto com a alta do petróleo e risco de inflação. “Temos, então, cenário macro complicado e o cenário local com  incertezas fiscais e falas do presidente ameaçando as instituições”, acrescentou.

O barril do Brent foi cotado acima de US$ 120. O óleo subiu 2,50% a US$ 123,58.

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