Infraestrutura e tecnologia abrem oportunidades para investimentos alternativos

No segundo semestre, o setor de infraestrutura no Brasil deve abrir oportunidades interessantes para investidores, oferecendo retornos muitos atrativos, geralmente indexados à inflação e com benefícios de isenção fiscal para pessoa física que podem entregar inflação mais 10 ou 15% líquido de imposto.

A informação é de Thiago Teixeira, especialista em Investimentos do Banco Safra. Em entrevista ao programa Visão de Especialista, ele explica como funcionam os investimentos alternativos, um tipo de aplicação de longo prazo, com baixa liquidez e que não se enquadra nas categorias de renda fixa e nem de renda variável.

“Investimento alternativo é tudo o que não é tradicional. Eles apresentam liquidez menor e o prazo pode ser se seis ou mais anos. A vantagem é que entregam resultados substancialmente acima dos investimentos tradicionais”, comenta o especialista.

O peso dos investimentos alternativos no portfólio de cada investidor varia de acordo com o perfil de risco e do momento de vida de cada um. Mas, no caso do investidor mais sofisticado, que entende dos riscos, o porcentual recomendável fica em torno de 15%.

“Um ultraconservador não pode ter 15% de produtos sem liquidez e com risco maior. Mas no mercado internacional, grandes fundos institucionais investem mais de 50% em fundos alternativos. São investidores profissionais, que entendem muito do mercado. Para o investidor brasileiro com perfil de risco dinâmico, o recomendável é de 15% no longo prazo”, comenta Teixeira.

Na prática, os alternativos são fundos fechados, com janelas fechadas para investimentos e resgates, segundo o especialista. O retorno pode demorar seis, oito ou dez anos, dependendo do fundo. Existem alternativos que são negociados na Bolsa, o que permite resgate antecipado, com liquidação em dois dias.

Teixeira comenta que existem três tipos de investimentos alternativos, em termos de liquidez: os ilíquidos, que são fundos fechados, e oferecem uma janela de oportunidade para o investidor aplicar. “O fundo chama o capital, cumpre o período de investimentos e depois, no período de desinvestimentos, devolve o capital aos cotistas, o que pode levar seis, oito ou dez anos”.

Existem também os alternativos semi-líquidos: são fundos que oferecem janelas de investimento e de resgate e permitem resgatar parte do capital investido.

Os fundos líquidos são fechados e não permitem aplicar e nem resgatar, mas são negociados na Bolsa. O investidor pode comprar e vender todo dia e a liquidação ocorre em dois dias úteis. São os fundos imobiliários listados, os fundos de agro (Fiagros) e os fundos de infraestrutura.

Tecnologia e infraestrutura abrem oportunidades para investimentos alternativos

“O importante é investir todo ano uma parcela do total em fundos alternativos e manter uma exposição constante, pois depois de quatro ou cinco anos, no momento de desinvestir, começa um ciclo para manter esses investimentos alternativos”, sugere o especialista.

Em termos de tendência, a mais impactante para os investimentos alternativos daqui para a frente tende a ser o setor de tecnologia, com destaque para os setores com maior influência da inteligência artificial, segundo Teixeira. “Os investimentos alternativos ficam mais sofisticados com esse avanço tecnológico sem precedentes que vivemos atualmente”, comenta ele.

No setor de infraestrutura existem muitas oportunidades em termos de investimentos alternativos, pois o governo sozinho não dá conta de todos os recursos necessários. “O Banco Safra não pretende ficar de fora das oportunidades que estão surgindo para investimentos alternativos em saneamento, rodovias, energia e outros setores de infraestrutura”, comenta Thiago Teixeira.

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