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Projeção de crescimento do PIB sobe para 1,2% no relatório de inflação do BC

O Banco Central elevou a estimativa para o crescimento do PIB de 2023, de 1,0% para 1,2%, no Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje

Inflação BC

A projeção do BC para o IPCA deste ano é de 5,8% para este ano, enquanto em 2024 é de 3,6%. Para 2025, a estimativa é de 3,2% | Foto: Getty Images

O Banco Central (BC) elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, de 1,0% para 1,2%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 30. A projeção do BC para o IPCA deste ano é de 5,8% para este ano, enquanto em 2024 é de 3,6%. Para 2025, a estimativa é de 3,2%.

Pelo lado da oferta, o BC manteve a estimativa para a expansão da agropecuária de alta de 7,0%, enquanto a revisão para a indústria foi de variação zero para 0,3%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de crescimento de 0,9% para 1,0%. Em relação aos componentes da demanda, o relatório informou alteração de 1,2% para 1,5% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,1% para 0,7% previsão de alta do consumo do governo.

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O relatório de inflação indica que a projeção para 2023 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de alta de 0,3% para estabilidade. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em dezembro de 2022.

No último Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 0,90% para o PIB deste ano.

O Banco Central atualizou suas projeções para o balanço de pagamentos em 2023. A projeção para o resultado das transações correntes do País passou de déficit de US$ 49 bilhões para um saldo negativo de US$ 32 bilhões. Já a projeção para o Investimento Direto no País (IDP) neste ano se manteve em US$ 75 bilhões.

Em relação ao saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira – incluindo ações e títulos de renda fixa -, a projeção também permaneceu negativa em US$ 5 bilhões. As projeções anteriores constavam no RTI de dezembro.

Em meio às reiteradas críticas da equipe econômica à “maior taxa real de juros do mundo” no Brasil, o Banco Central indicou nesta quinta-feira, 30, que, após ter chegado ao valor máximo de 7,8% no último trimestre do ano passado, a taxa de juros real projetada é de 7,7% e 7,8% no primeiro e segundo trimestres de 2023, respectivamente.

De acordo com o relatório de inflação, a taxa real de juros deve começar a cair apenas no terceiro trimestre deste ano, um trimestre após a projeção feita no relatório de dezembro.

Pelos cálculos do BC, a taxa de juros real seguirá em campo restritivo pelo menos até o fim de 2025. Essa taxa atingirá 7,0% ao final de 2023, 5,6% ao final de 2024 e 4,8% ao final de 2025, acima ainda da taxa real neutra considerada, de 4,0%.

Banco Central reitera projeções de inflação

O Banco Central (BC) repetiu no relatório de inflação as estimativas de inflação para anos de 2023 e 2024 no cenário de referência, divulgadas no comunicado e na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. A autoridade trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2025. A projeção do BC para o IPCA deste ano é de 5,8% para este ano, enquanto em 2024 é de 3,6%. Para 2025, a estimativa é de 3,2%.

O cenário de referência utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, considera que o preço do barril de petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura nos próximos seis meses, subindo 2% ao ano na sequência. Para a bandeira tarifária de energia, a hipótese considerada é amarela no final de 2023 e 2024.

A estimativa de 2023 segue acima da margem de tolerância da meta, de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de estouro. Para 2024, a projeção do BC supera o alvo central de 3,00%, mas está dentro da banda que vai até 4,5%. Para 2025, a meta é igual à do ano anterior. Atualmente, o Copom considera os anos de 2023 e – com maior peso – 2024 no horizonte relevante da política monetária.

No último Boletim Focus, as medianas estavam em 5,93% para 2023, 4,13% para 2024 e 4,00% para 2025.

Após o IPCA estourar as metas de 2021 e 2022, o Banco Central informou que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2023 ficar mais uma vez acima do teto, de 4,75%, está em 83%. A chance era de 57% no último RTI, em dezembro.

Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2023, de 1,75%, é zero. O centro da meta deste ano é de 3,25%. Em 2024, a probabilidade de estouro do teto de 4,50% foi atualizada de 14% para 26%. Já de estouro do piso de 1,50% é de 6%, ante 14% no último documento. O alvo central do próximo ano é de 3,00%.

O horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) atualmente considera os anos de 2023 e – com mais peso – 2024.

Em relação a 2025, a probabilidade de estouro do teto de 4,50% da meta é de 17%, contra 11% no RTI de dezembro. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta passou de 17% para 11%. O centro da meta de 2025 também é de 3,00%. (AE)

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